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ENTREVISTA: Normas regulamentadoras: pensando antes na engenharia do projeto – Ronaldo Ramos Silva

Publicado em 20/07/2017

A entrevista de hoje do  PMKB é com o Eng. Ronaldo Ramos da Silva sobre o tema: “Normas regulamentadoras: pensando antes na engenharia do projeto.’’

 

 

1) Qual a importância de o Engenheiro de Projetos conhecer as Normas Regulamentadoras?

Naturalmente, espera-se que o conhecimento das normas regulamentadoras propicie um planejamento mais adequado do projeto. Não é necessário um conhecimento profundo do assunto, porém, um conhecimento mínimo que propicie ao profissional uma capacidade de análise crítica para cercar-se de especialistas que o auxiliem. Boa parte dos riscos do projeto seriam bastante minimizados.

2) Atualmente quais tem sido os desafios para as empresas atenderem as normas ou se adequarem?

Podemos citar pelo menos três importantes desafios para o atendimento às normas regulamentadoras: O primeiro desafio reside no desconhecimento que a maioria dos profissionais e empresários tem sobre o assunto. Infelizmente, a Segurança do Trabalho não é abordada como disciplina dos cursos regulares de graduação. Some-se a isso o aspecto legal que restringe a especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho apenas aos profissionais graduados em engenharia e arquitetura. O segundo aspecto, tão ou mais importante, são os longos anos em que o assunto foi relegado ao segundo plano, inclusive pelos órgãos governamentais. Como nossa cultura é naturalmente reativa, na falta de cobrança, muito pouco foi feito. Por fim, o passivo enorme de ações que deveriam ter sido implementadas demandará um investimento significativo por parte dos empresários para atender aos requisitos mínimos estabelecidos.

3) Além do aspecto de Segurança do Trabalho, o que mais se ganha ao atender as normas regulamentadoras?

Além do aspecto relacionado à Segurança do Trabalho, outro aspecto bastante importante, entretanto, negligenciado, é a significativa redução de custos. Isto pode ser facilmente determinado quando levamos em conta os custos para as empresas e para a sociedade quando há ocorrência de um acidente do trabalho ou doença ocupacional. Outra excelente oportunidade são os ganhos de imagem e visibilidade quando nos referimos a empresas que tem resultados positivos em Segurança do Trabalho. Justo também considerar que à medida que as normas regulamentadoras são atualizadas os valores das multas estão sendo exponencialmente valorados. Por fim, em caracterizando-se o risco grade iminente haverá, além da aplicação da multa, a interdição do empreendimento, gerando prejuízos de grande monta.

4) O que a Indústria em geral deve se preocupar atualmente e em um futuro próximo com atendimento às normas regulamentadoras? A cobrança vai aumentar?

As empresas em geral, sejam quais forem os seguimentos de atuação, devem se preocupar em criar uma cultura de maturidade em segurança do trabalho. Uma vez que cada indivíduo esteja conscientizado de que o principal responsável pela própria segurança é ele mesmo, as demais ações se tornam mais facilitadas. Um segundo passo é construção de uma massa crítica capaz de analisar, criticar e propor ações que visem o atendimento às normas regulamentadoras. No atual contexto, não é mais possível acreditar que tais ações sejam de responsabilidade exclusiva dos Engenheiros e Técnicos de Segurança. Por fim, é notório e esperado que à medida que o governo vem exaurindo sua capacidade de arrecadação através de impostos ele busque outras fontes. Obviamente a redução de custos é uma saída esperada. Nesta linha de raciocínio, voltamos ao altíssimo custo que os acidentes do trabalho e doenças ocupacionais geram para o governo e por consequência, para a sociedade.

5) Por que em geral os Engenheiros de Projetos se esquecem das Normas Regulamentadoras? O que fazer?

Em geral, os Engenheiros de Projetos se “esquecem” das normas regulamentadoras por desconhecimento das mesmas. Outro ponto que facilita o suposto esquecimento é o desconhecimento também dos clientes e do sponsor. Normalmente o tema só é lembrado em auditorias, fiscalizações e reprovações de projetos junto aos órgãos governamentais. Uma saída para corrigir este desvio poderia ser a inclusão da disciplina de Segurança do Trabalho como obrigatória nos cursos regulares de graduação. A especialização poderia continuar a ser prerrogativa dos Engenheiros e Arquitetos, porém, teríamos uma quantidade substancial de profissionais que saberiam da existência das normas e teriam um conhecimento básico até mesmo para identificarem a necessidade de serem assessorados por um especialista.

Clique aqui, para apresentação da palestra do Ronaldo Ramos da Silva, realizada no dia 03/06/17, no curso de Pós-Graduação em Engenharia de Planejamento, no Ietec.

Palestrante Ronaldo Ramos da Silva e Ítalo Coutinho, coordenador do curso de pós-graduação.

Assista a palestra – Normas regulamentadoras: pensando antes na engenharia do projeto:

 

Sobre o entrevistado: Ronaldo Ramos da Silva, Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho, Black Belt, Pós graduado em Administração da Produção, Engenharia da Qualidade e formando em Gerenciamento de Projetos. Gerente de Engenharia de Manutenção e Utilidades e Perito Judicial do TJMG.  E-mail de  contato: ronaldoramos09@gmail.comPara ver Outras Entrevistas PMKBclique aqui.

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