Publicado em 14/03/2019
Na entrevista a Juliana Zavata (PMP,CSM,ASM), palestrante do 2º Congresso Nacional de Gerenciamento de Projetos – Conagp, fala sobre o tema Transformação digital e o Mindset Ágil dos líderes de Projetos.
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1) Como a agilidade deve ser aplicada em Projetos tradicionais?
Juliana: Ótima pergunta! Este é o tema que mais gosto de esclarecer, pois muitos entendem erroneamente que trata-se da era “Agile x Tradicional” e até os que dizem “Agile x PMBoK®”, como se o PMBoK® não previsse também métodos ágeis…
O que nós líderes de projetos devemos saber é que existem projetos de naturezas diferentes, conforme o nível de certeza nos requisitos e o nível de conhecimento na tecnologia a ser aplicada. Quanto maior a incerteza, maior a complexidade do projeto exigindo novas abordagens que permitam lidar com estas incertezas de maneira segura – para a inovação! O ágil não veio para substituir o “tradicional” para todos os projetos. Apenas atualmente está mais em evidência por ser a melhor abordagem para projetos que envolvam inovação. Por exemplo, a construção de um prédio é o caso de um grande projeto, porém onde os todos requisitos normalmente são conhecidos previamente e a tecnologia também já é conhecida, não exigindo experimentação; ou até mesmo projetos de tecnologia de ponta como a implantação de um grande data-center, onde os requisitos dos equipamentos e sua instalação e a tecnologia a ser utilizada também são bastante conhecidos e certos. Nestes casos, temos grandes projetos que caem bem com as práticas de projetos denominadas “tradicionais” como o “waterfall”/cascata, além de toda a parafernália de processos para garantir seu sucesso. Nada impede de utilizarmos métodos ágeis nestes tipos de projeto, porém em alguns casos o ganho não será tão percebido. Aqui o líder do projeto, deverá ter a sabedoria de conforme a situação do projeto, poder sim aplicar conceitos de agilidade e lean, como por exemplo o uso do método kanban para controle de atividades de um grupo grande de atores envolvidos e que precisam de visibilidade imediata. Um conceito base da agilidade e que pode ser aplicado também em qualquer projeto é o “PDCA – Plan, Do, Check, Act”, usando por exemplo checkpoints de avaliação e retrospectiva com os envolvidos! Outra opção que também pode ser usada é a abordagem “híbrida”, que significa usar método tradicional em parte das entregas e método ágil em outra parte, como por exemplo um projeto para a implantação de um nova solução de SW de Data Science que exige uma nova infra-estrutura para processamento. Assim, no mesmo projeto podemos ter uma frente de entrega de infra-estrutura guiada por “waterfall” e outra frente de entrega de SW guiada por Scrum. Bem, por fim, vale também reforçar que PMBoK é um conjunto de melhores práticas e ele contempla tanto as abordagens tradicionais, quanto ágeis e em ambas são muito importantes as boas práticas de iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento.
2) É possível ser ágil e correr menos riscos?
Juliana: Eu acredito que ser ágil é correr menos riscos! O conceito das iterações para a evolução incremental de um produto, a busca pelo MVP – minimo produto viável, vai justamente neste caminho de mitigar riscos. Se for para errar que seja cedo, enquanto é tempo de corrigir. Observem como a daily meeting dentro do framework Scrum, é também um checkpoint diário para o líder do projeto refletir sobre os riscos em potencial, antes que virem “impedimentos” (issues).
3) O que os líderes de projetos devem se atentar ?
Juliana: Os líderes de projetos que querem sobreviver neste mundo atual de inovação inevitável, precisa desenvolver novas habilidades e se adaptar a novas maneiras de trabalhar, onde o ponto de partida é a identificação do tipo de projeto e a melhor abordagem a ser usada, seguindo para sempre estar pronto a reagir às mudanças, “surpresas” e problemas, além de somente garantir que todos sigam um plano. Por fim, o que vai nos direcionar é a busca pela entrega de valor constante e o foco no cliente.
4) Mensagem em aberto para falar sobre sua palestra.
Juliana: Na minha palestra do 2ºCONAGP na 6ªF, 22/03/2019, vou apresentar este mindset de agilidade que faz parte das competências dos líderes de projetos de hoje, frente aos desafios da transformação digital, conforme minha própria experiência de mais de 10 anos atuando com projetos em grandes empresas e com o conhecimento acumulado sempre seguindo os mestres do tema.
Sobre a entrevistada:
Juliana Zavata – Experiência de mais de 10 anos em Projetos de TI desenvolvida em empresas como Banco Itaú e Banco Original. Consultora em Gestão de Projetos Ágeis e Modelagem de Processos em Sistemas Financeiros como também em outros setores de Serviços e Indústria. Certificada PMP, CSM (Scrum Master – Scrum Alliance) e ASM ( Agile Scrum Master pela Exin) desde 2011, 2013 e 2018 respectivamente. Experiência em gestão de projetos utilizando métodos ágeis, gerindo equipes multi-funcionais internas e fornecedores, desde a ideação e concepção da demanda interagindo junto às áreas de negócio, passando pela arquitetura funcional e técnica, construção, qualidade e homologação, até a implantação da solução. GP voluntária do PMI-SP desde 2013, tendo atuado como Coordenadora do Branch Campinas em 2015. Atual GP da Diretoria de Eventos Internacional e Setoriais do PMI-SP. E-mail: julianazavata@yahoo.com.br Linkedin: http://bit.ly/julianazavata
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