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Estabelecendo um Painel de Controle: Parte I – Indicadores de Desempenho

Publicado em 02/05/2018

No longínquo século XIX, William Thomson sentenciou que “aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar”. Peter Drucker, considerado o pai da Administração Moderna, foi categórico ao afirmar que “Se você não pode medir, não pode gerenciar”. Obviamente, controle, melhoria contínua e gerenciamento estão intimamente ligados.

No artigo anterior, fomos apresentados à base da Análise de Valor Agregado, e como os indicadores de custo e prazo – IDC e IDP – podem auxiliar ao gestor a mensurar a saúde de seu projeto. Hoje, vamos expandir esta análise e obter, a partir destes indicadores, tendências de custo final do projeto.

Particularmente, penso que a análise da tendência de custos de um projeto não é uma tarefa de “duas mãos”. Os Gestores de Obra, que tem contato direto com as equipes de produção e as dificuldades de logística da obra, são parte fundamental desta análise. Em um dos projetos que trabalhei, esta análise era tratada com muita seriedade – Diretoria de Custos, Obras e o time de Obra, contando com o apoio de Planejamento e Orçamento, revisavam os Custos Realizados e faziam uma análise minuciosa do Custo a Realizar, definindo assim o Custo Total do Projeto. Não foi por coincidência que, após adotar esta prática, as projeções de resultado tornaram-se muito mais assertivas, e os acionistas, muito mais satisfeitos.

A tendência de custo final do projeto, ou Estimativa no Término (ENT), deve considerar o desempenho do projeto até a data de análise. Não se trata de um método objetivo, uma vez que existem várias metodologias reconhecidas. No geral, as estimativas mais usuais são:

a. Baseadas no Orçamento Inicial (ONT)

Nesta metodologia, os gestores pressupõem que todos os riscos – positivos e negativos – para o projeto já ocorreram, e que o Custo a Realizar será aderente às premissas originais de projeto, ou seja, o projeto será executado no ritmo orçado. A fórmula que sintetiza esta consideração é a seguinte:

Relembrando que: ENT: Estimativa no Término

CR: Custo Real

ONT: Orçamento no Término (ou Orçamento Inicial)

VA: Valor Agregado

b. Baseadas no Índice de Desempenho de Custo (IDC)

Aqui, os gestores assumem que o tem acontecido até a data de análise – economias e sobrecustos – serão a tendência de desempenho de custo até a conclusão do projeto. A estimativa é fornecida através da seguinte fórmula:

Onde: ENT: Estimativa no Término

CR: Custo Real

ONT: Orçamento no Término (ou Orçamento Inicial)

VA: Valor Agregado

IDC: Índice de Desempenho de Custo

c. Baseadas no Índice de Desempenho de Custo (IDC) e Prazo (IDP)

Neste método, o cronograma do projeto é uma restrição rígida, e portanto, não poderá sofrer alterações. Assim, caso o desempenho de prazo esteja abaixo do esperado, recursos adicionais serão necessários para recuperar este atraso, e esta performance deve refletir na Estimativa de Custo.

A fórmula para calcular a estimativa de custo, considerando-se as tendências de desempenho de custo e prazo é:

Onde: ENT: Estimativa no Término

CR: Custo Real

ONT: Orçamento no Término (ou Orçamento Inicial)

VA: Valor Agregado

IDC: Índice de Desempenho de Custo

IDP: Índice de Desempenho de Prazo

d. Nova Estimativa

Finalmente, existe a alternativa de se elaborar um novo orçamento – o famoso “reorçar” – para o trabalho que ainda tem de ser realizado. Nesta alternativa, não existe qualquer vínculo com as estimativas feitas anteriormente, e os gestores podem refletir nos custos a incorrer as observações diretas do canteiro de obras, como produtividades mais realistas ou ajustes na composição das equipes, por exemplo.

Assim, a Estimativa no Término será definida pela soma entre o Custo Realizado e a Nova Estimativa:

A seguir, apresento uma sugestão de painel de indicadores, com a consolidação das atividades construtivas em etapas. Em cada coluna, foram calculados os indicadores de desempenho do projeto, como segue:

Sobre a Colunista: 

Giseli Barbosa Anversa, PMP, é Engenheira Civil formada pela Universidade Estadual de Maringá, e atua há mais de dez anos em projetos de Engenharia de Custos de obras de Infraestrutura e Construção Civil. O foco de sua atuação profissional está na análise tática, estratégica e operacional de projetos, estabelecendo ferramentas de gestão de Custo e Prazo, direcionando as ações aos resultados acordados entre Clientes e Partes Interessadas. E-mail de contato: giseli.anversa@gmail.com

Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.

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