Publicado em 20/07/2015
Você sabe responder durante a execução de um projeto com alguma complexidade se o mesmo está efetivamente bem (ou não), considerando o atendimento do escopo, prazos e custos?!?
Tem a segurança para afirmar se o projeto tende a concluir dentro do previsto ou irá extrapolar os prazos e os custos previstos?!?
Isto é o que a técnica de Gerenciamento de Valor Agregado (GVA) se propõe a te ajudar no gerenciamento de seus projetos. Como isto é possível?
A GVA mede o desempenho utilizando e integrando as medidas de escopo, custos e tempo.
Sem esta técnica, o que vemos são tentativas de gestão isoladas de cada um destes objetivos de projeto. É muito comum inclusive confundir gerenciamento de projeto com gerenciamento de cronograma. E mesmo olhando só o cronograma, vemos que algumas atividades estão atrasadas, outras adiantadas… afinal, o projeto está atrasado ou não? As vezes só olhando o cronograma não é possível dizer. Depende, é claro, do tamanho das atividades que estão atrasadas, das que estão adiantadas e ainda as que estão no tempo.
Agora, se quantificarmos isto e vermos que estamos adiantados… ótimo! Mas isto quer dizer que o projeto está bem efetivamente? E se para estar 10% adiantado no cronograma eu gastei 50% a mais do que o que foi orçado para fazer até o momento? Neste caso, provavelmente a conclusão não seria boa. Mas por incrível que parece, em muitos acompanhamentos do projeto, isto não é sequer questionado, muito menos feito uma análise criteriosa.
Bom… contextualizado o problema. Vamos entender um poco como funciona esta técnica.
Os resultados de uma análise do valor agregado podem indicar um desvio potencial do projeto em relação as linhas de base de custo e cronograma. Além disto, pode ajudar a prever o desempenho futuro e as datas e custos para conclusão do projeto.
Termos que devem ser conhecidos:
Fórmulas e interpretações que devem ser memorizadas:
Muito importante entender os conceitos antes de utilizar. Então, quando falamos que valor agregado é o valor ($) estimado do trabalho efetivamente realizado, o que isto quer dizer? Vamos exemplificar. Para construir um depósito quadrado, foi orçado que cada lado da parede custaria R$1.000,00. E foi planejado que seria feito um lado por dia. Ao final do terceiro dia temos dois lados concluídos e 50% de outro lado e gastamos R$2.800,00.
Neste caso, qual o Valor Previsto (VP) no fim do terceiro dia? VP = R$1.000,00 (Valor por dia) * 3 (número de dias) = R$3.000,00.
O Custo Real (CR), conforme foi falado foi de R$2.800,00. Podemos pensar que é um bom sinal, pois é inferior ao VP, não? Para chegar a uma conclusão, temos que calcular primeiro o valor agregado.
O Valor Agregado (VA) neste caso seria de quanto? Tenho 2,5 lados realizados. Neste caso o VA = R$1.000,00 (Valor por lado) *2,5 (número de lados realizados) = R$2.500,00.
Agora sim, podemos fazer nossas comparações.
O índice de prazo (IDP) é VA / VP = 0,833. Abaixo de 1 é sinal que estamos atrasados. Ou seja, só cumpri 83,3% em relação ao prazo previsto. Muito mal!
O índice de custos (IDC) é VA / CR = 0,893. Abaixo de 1 é sinal que extrapolamos os gastos. Ou seja, entreguei só R$0,893 para cada real gasto. Nada bom também…
Então, uma de minhas conclusões, neste exemplo, é que mesmo eu gastando em números absolutos menos que o previsto para o momento (se comparo o CR com o VP), estou gastando mais do que deveria se considerar o efetivamente realizado.
Percebem o poder de análise do valor agregado?
Sobre o Colunista: Thomaz Ottoni é um profissional de TI com mais de 20 anos de experiência na área de desenvolvimento de sistemas, sendo que há 18 anos gerenciando projetos e portfólios, com experiência na implantação e gestão de PMO e na instrução em gerenciamento de projetos. Formado em Ciência da Computação na UFES e MBA em Gestão Empresarial pela FGV, obteve sua certificação em gerenciamento de projetos PMP em 2008. Foi palestrante no Congresso de Gerenciamento de Projetos do PMI-ES, “Gerenciando um Portfólio de Projetos em empresas públicas” e instrutor de treinamento preparatório para certificação PMP. Sócio-fundador da Mogai, atuou como diretor e gestor da mesma por cerca de 10 anos. Na Nipsa há mais de 3 anos, tem gerenciado grandes projetos como o Gis Corporativo na CESAN, projeto premiado pela ESRI nos Estados Unidos. É autor do blog http://excelenciaemprojetos.com. Atualmente atua além da gestão de projetos, como consultor e instrutor de temas relacionados ao gerenciamento de projetos.
E-mail de contato: thomaz.ottoni@gmail.com
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Obrigado pela observação! 💚💚
Boa noite Thomaz!
Muito boa sua análise de valor agregado (VA) e parabéns. Somente uma observação ortográfica no índice de custos (IDP), que é IDC.
Desde já agradeço.
Carlos Cardoso.