Gestão de Projetos: Em terra de cego

Diz o ditado que “em terra de cego, quem tem olho é rei”.

Vivemos uma época de atualizações constantes, revisão de processos, mudança de paradigmas; a obsolescência programada está cada vez mais rápida, principalmente no que diz respeito à tecnologias e metodologias.

Nas redes sociais “informais”, a revisão de muitos ditados populares, mesmo que por mera diversão, tem se tornado uma realidade, passando da brincadeira para uma análise mais séria.

Hoje, poderíamos rever o ditado do título, de outra forma : “em terra de cego, quem tem olho deverá se adaptar”.

Devemos considerar que, neste lugar fictício, sua visão poderá não lhe ser muito útil, pois as escritas estarão em braile, obrigando “quem tem olho” a aprender a ler nesta forma diferente de escrita.

Também todo e qualquer objeto estará posicionado em uma determinada posição, e qualquer  alteração imediata, sem a devida notificação e, principalmente, concordância de todos, poderá levar a um caos total.

E o que isto tem a ver com Projetos ? Tudo !

Na área de T.I., tanto para os profissionais mais antigos, quanto para os mais novos, metodologias de gestão de projetos tornou-se conhecimento obrigatório, mesmo para os projetos mais simples.

Também é cada vez maior a procura por profissionais de Projetos para Desenvolvimento de Software. E é aí que a coisa tem se tornado um tanto quanto complicada.

A falta de comunicação adequada, de interação inicial com os membros da equipe já formada, de integração com os processos atualmente implantados, podem levar um projeto à ruína.

Por mais qualificado e capacitado que seja um gestor, a implantação de uma Gestão de Projetos, ou adequação de processos deverá ter a adesão de todos os envolvidos. E, para tal, a comunicação, ótimo relacionamento, e aderência de todos, no processo, deverá ser a palavra de ordem; jamais a imposição pela imposição.

Nenhum conhecimento ou experiência é absoluto; cada colaborador terá sempre algo a acrescentar. E esta é uma das tarefas do bom Gestor de Projetos : identificar, respeitar e aproveitar o potencial e o conhecimento de cada colaborador da equipe na qual está inserido, sob pena de rejeição e fracasso !

Já presenciei “gestores” saírem pela porta dos fundos, sem manter qualquer vínculo com qualquer colaborador, por excesso de arrogância e falta de controle do ego. Gestores que repetiam, a cada reunião, frases do tipo “eu sou a mais antiga na área”, “eu sou a mais experiente na área”, “eu sou a mais qualificada na área”. O pior, nesta situação, é que que suas frases em nada correspondiam à realidade. E isto foi percebido por todos os colaboradores.

O resultado foi, praticamente, 100% de reprovação em todos os setores.

Este é o tipo de gestor que não consegue transitar pela empresa com a “luz apagada”, o que, para um “cego”, nada representa!

Sobre o Colunista: Carlos Amaral tem formação em Gestão da Produção Industrial, especialização em Gestão da T.I. e certificação PRINCE2. Trabalha com desenvolvimento de software desde 1989, tendo atuado em praticamente todas as funções dentro de seu ciclo de vida, e participando de projetos ERP e CRM para os mais diversos segmentos de mercado. Entusiasta de software livre, acredita que liberdade é respeitar, também, os entusiastas de software proprietário. Consultor em Projetos de Software, VLogger e autor de artigos na sua área de atuação, não se prende à uma determinada metodologia, procurando extrair o melhor de cada mundo, conforme o cenário.

E-mail de contato: chayimamaral@gmail.com – Site: www.carlosamaral.eti.br

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