Publicado em 30/07/2015
O histograma de máquinas e equipamentos é uma excelente ferramenta para gerenciamento dos custos x recursos x tempo.
Antes mesmo da definição dos recursos quanto a máquinas e equipamentos existem uma série de análises e decisões a serem tomadas, principalmente, quando trata-se de empreendimentos de construção e montagem de obras eletromecânicas de grande porte.
Entre elas, podemos indicar:
1) Existem máquinas e equipamentos disponíveis no mercado?
Com o anúncio do PAC 1, existia uma expectativa de mercado, que nosso parque de máquinas e equipamentos não teria capacidade para atender a demanda.
Algumas empresas chegaram a buscar algumas gruas e guindastes nos Emirados Árabes, que ao contrário, do nosso mercado, estavam com estes recursos ociosos.
2) O equipamento estará disponível no canteiro de obras no prazo programado?
Planejamento / programação de logística.
Em um processo de licitação para construção e montagem eletromecânica em um projeto de ampliação da refinaria de Minatitlan no México, um requisito era a montagem de um pipe shop para fabricação de spools, próximo da refinaria.
A Construtora Americana Becthel, ofereceu máquinas e equipamentos de um pipe shop totalmente automatizado de uma unidade em Curitiba-Brasil. Estavam em processo de desmobilização e ofereceram por ótimo preço. A proposta foi recusada em reunião de análise, em menos de 20 minutos. Motivo: O preço é excelente, porém, devido as leis brasileiras e entraves portuários, não possibilita colocar estas máquinas e equipamentos no prazo necessário.
3) O recurso será próprio, alugado, terceirizado ou adquirido através de leasing?
A segunda maior empresa de engenharia e construção do Peru, decidiu investiu alto em equipamentos modernos para execução de obras no setor da mineração peruana, baseado em acordos firmados com os sindicatos do setor. Porém, o governo fechou acordo exclusivo com empresas estrangeiras que oferecerão financiaram as obras para o Governo a longo prazo. Foi a maior crise financeira que a construtora peruana passou em sua história com mais de 50 anos de mercado.
Durante o processo de execução do projeto, o histograma de máquinas e equipamentos é avaliado pela equipe de controle de custos semanalmente, e em Análise Gerencial Mensal (AGM) pelo Gerente de Projeto conjuntamente com o staff da obra. Algumas empresas adotam reuniões trimestrais com a Alta Direção da Sede Administrativa da Empresa, e nesta fase existem os seguintes riscos:
1) Prolongar o prazo de desmobilização de máquinas e equipamentos (aumento do custo operacional);
2) Se o equipamento estará disponível no prazo requerido (atraso no cronograma de execução e custos envolvidos);
3) O Plano de Manutenção Preventiva / corretiva é executado com eficácia para evitar perdas por ociosidade, requerendo alugar máquinas e equipamentos de reposição;
4) O grau de qualificação dos operadores de máquinas e equipamentos é adequado para as necessidades da obra (é comum utilização de mão de obra não qualificada para tampar buracos, ocasionando quebra do equipamento e/ou acidentes);
5) A equipe de produção busca otimizar a utilização dos equipamentos? Em obras com grande utilização de equipamentos pesados, existem mapas de localização e uso dos equipamentos, assim como, no Parte Diário de Obra registram os dados do horômetro do equipamento (entrada e saída). Estes dados são ingressados em uma base de dados, para análise da produtividade.
Concluindo, a análise do histograma de máquinas e equipamentos com seguimento e controle dos recursos e processos é fundamental para o êxito financeiro do projeto.
Comentário: Obras eletromecânicas de grande envergadura, os custos de horas/homens consumidos é maior que as horas/equipamentos. No exterior têm a prática de implementar a utilização de tecnologias e uso de equipamentos e reduzir a quantidade horas/homens e tempo de execução, assim aumentando a rentabilidade. No Brasil não temos esta cultura. Algumas das causas são nossas deficiências de planejamento, continuidade do processo (sequência), interferências e programação de campo deficiente por falta de recursos adequados ou tecnológicos, forçando o tal do jeitinho brasileiro.
Sobre o autor: Edivaldo Fernandes de Farias, profissional qualificado com 30 anos de experiência em empresas renomadas atuando como gerente, coordenar e supervisor de sistemas de gestão da qualidade. Formado em Tecnologia em Processos Gerenciais, e cursando MBA em Administração e Qualidade. Expertise em sistemas de gestão de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde ocupacional, nos setores de petróleo e gás, petroquímico, industrial, mineiro, infraestrutura e manufatureiro. Larga vivência nas atividades de construção de plataformas marítimas, oleodutos/ gasodutos terrestres e marítimos, plantas de processos em refinarias, mina de ouro e arena desportivas.
E-mail de contato: edivaldo.ffarias@gmail.com
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