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Métodos de Rentabilidade de desempenho operacional de empresa

Publicado em 15/07/2016

RESUMO

Este artigo se propõe a comentar sobre a norma 15R-81 Profitability Methods da AACE. A Rentabilidade é o principal objetivo de todos os empreendimentos, portanto todos os projetos se iniciam com o propósito de serem rentáveis. Por isso é muito importante uma boa avaliação prévia da rentabilidade, para que se possa tomar decisões de investimentos eficazes, sem a rentabilidade o negócio não vai sobreviver no longo prazo. Assim, é muito importante medir a rentabilidade passada, atual e fazer uma projeção para o futuro. Neste artigo iremos apresentar alguns dos métodos de cálculo de rentabilidade mais utilizados, com eles é possível ter uma boa ideia da viabilidade do projeto e também obter parâmetros para que se façam algumas modificações no escopo do empreendimento.

Rentabilidade

O QUE É

A AACE possui um manual de boas práticas específicas para determinar os rendimentos dos investimentos. A definição do método de cálculo da rentabilidade pode variar de acordo com a empresa e até mesmo para cada departamento de uma mesma empresa. Portanto neste artigo iremos demonstrar alguns métodos para cálculo de rentabilidade conforme apresentados pela norma 15R-81 Profitability Methods, (em português, Métodos de Rentabilidade) da AACE.

A rentabilidade é uma medida de desempenho operacional da empresa ou de parte da empresa que pode ser representada por meio de uma medida absoluta ou relativa. Neste sentido, os indicadores de rentabilidade informam qual o retorno que a empresa está obtendo em termos operacionais ou financeiros e podem ser calculados através das informações disponibilizadas pelas demonstrações financeiras das empresas.

COMO SE APLICA

A AACE recomenda a utilização de algumas práticas que auxiliam na determinação da rentabilidade do projeto, são elas:

VPL – Valor Presente Liquido:

O Valor Presente Líquido consiste em calcular o valor presente dos demais termos do fluxo de caixa para somá-los ao investimento inicial, utilizando para descontar o fluxo uma taxa mínima de atratividade.

Para calcular este valor é necessário somar as receitas líquidas futuras descontadas para o valor presente com uma determinada taxa de desconto.

As receitas líquidas são as receitas menos as despesas em determinado intervalo de tempo.

A taxa de desconto não é a taxa de juros cobrada pelo banco para emprestar dinheiro para o projeto e/ou investidor.A taxa de desconto está relacionada com a taxa de lucratividade do projeto, tem de ser maior do que a taxa de juros do empréstimo e depende do investidor.

A escolha da taxa de desconto é extremamente importante porque, dependendo dela, determinado projeto passará a ser prioritário com relação a outro.

Onde:

  • Vpl é o valor presente líquido;
  • Fc é o fluxo de caixa no tempo t;
  • i é a taxa de desconto;
  • n é o período de tempo.

Rentabilidade

TRI – Taxa de Retorno Interna:

É definida como sendo a taxa de desconto que faz com que o valor presente de determinado fluxo de caixa seja zero.

Isto significa que, para este fluxo de caixa e com esta taxa de desconto, a receita líquida do projeto permite apenas o pagamento do investimento.

Rentabilidade

Onde:

  • Fc é o fluxo de caixa no tempo t;
  • Tir é a taxa interna de retorno;
  • n é o período de tempo.

ROI – Retorno Sobre Investimento:

Relaciona o lucro operacional com o investimento da empresa. O retorno sobre o investimento, também denominado de ROI, mostra a taxa de retorno obtida pela empresa para seus financiadores, seja capital próprio ou capital de terceiros.

Quanto maior o ROI maior o retorno obtido.

Rentabilidade

Onde
LO – Lucro Operacional = lucro obtido pela empresa antes de remunerar seus financiadores. Existem algumas controvérsias sobre o que se deve considerar ou não no lucro operacional. Basicamente todo resultado decorrente do investimento realizado na empresa deve entrar no lucro operacional. Isto inclui as receitas financeiras e o resultado de investimentos em outras empresas, mas não as despesas financeiras, que devem ser excluídas.

Invest – Investimento = também denominado de ativo líquido. Diz respeito ao valor do ativo menos os passivos não onerosos (passivos de funcionamento), que inclui fornecedores, salários e encargos, impostos a pagar.

 PBI – Período Payback:

É o tempo decorrido entre o investimento inicial e o momento no qual o lucro líquido acumulado se iguala ao valor desse investimento. O payback pode ser nominal, se calculado com base no fluxo de caixa com valores nominais, e presente líquido, se calculado com base no fluxo de caixa com valores trazidos ao valor presente líquido.

Qualquer projeto de investimento possui de inicio um período de despesas (em investimento) a que se segue um período de receitas liquidas (liquidas dos custos do exercício). As receitas recuperam o capital investido. O período de tempo necessário para as receitas igualarem às despesa em investimento é o período de recuperação.

Trata-se de uma das técnicas de análise de investimento alternativas ao método do Valor presente líquido (VPL). Sua principal vantagem em relação ao VPL é o payback leva em conta o prazo de retorno do investimento e, consequentemente, é mais apropriado em ambientes de risco elevado.

Investimento implica saída imediata de dinheiro, portanto, espera-se receber fluxos de caixa que compensem essa saída ao longo do tempo. O payback consiste no cálculo desse tempo (em número de períodos, sejam meses ou anos) necessário à recuperação do investimento realizado. 

EVA – Valor Econômico Agregado:

O EVA é um indicador do valor econômico agregado que possibilita a executivos, acionistas e investidores uma nítida visão acerca da rentabilidade do capital empregado na empresa. Ou seja, mostra se este foi bem ou mal investido em termos de geração de riquezas para o empreendimento, possibilita analisar o resultado, os recursos aplicados e a estrutura de capital.

O EVA foi criado com a finalidade de avaliar se, a cada ano, a empresa está ganhando dinheiro suficiente para pagar o custo do capital que administra.

De forma direta é o lucro líquido operacional depois dos impostos (NOPAT – Net Operating Profit After Taxes) deduzido do custo de capital de terceiros e do custo de capital próprio.

O EVA negativo não significa necessariamente que a companhia esta a beira da falência, mas é um alerta para os sócios de tais empresas repensarem suas estratégias de atuação: o capital investido na empresa não esta sendo remunerado a uma taxa mínima que compense o risco envolvido no negocio.

Rentabilidade

Onde:

  • LoLai = lucro operacional liquido após imposto.
  • C% = custo percentual do capital, ou seja, a remuneração que o acionista deseja.
  • Tc = capital total

ROA – Retorno Sobre Ativos:

Estabelece a eficiência dada pela administração ao ativo total utilizado nas operações da empresa.

É normalmente calculado com a relação percentual do lucro líquido, após juros e impostos, ao valor total do lucro ativo. Outras fórmulas em vez usar o lucro operacional, lucro antes de juros e impostos (EBIT), ou lucro antes de juros e impostos (depois EBIAT). Se estritamente formulado ou modificado, ROA geralmente mede a eficiência da aplicação de ativos corporativos.

 Rentabilidade 

MAPA MENTAL

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Fonte: Os Autores

O principal objetivo de um projeto é ser rentável, e para isso, existe um conjunto de boas práticas que são recomendadas para que se minimizem os riscos do empreendimento. É necessário que vários processos sejam implementados corretamente, como por exemplo, o planejamento, a execução e o monitoramento/controle do projeto.

 

EXEMPLO

Método ROI: Na avaliação econômica em engenharia, taxa de retorno no investimento é a proporção da média anual de lucro sobre a vida produtiva do projeto dividido pelo total do investimento inicial. Este é calculado depois do imposto sobre lucro bruto for deduzido.

Um exemplo do método ROI para avaliação de rentabilidade em projeto de engenharia. Poderia ser utilizado para estimar os ganhos na expectativa de gastos para ganhar com economia em mão de obra e ou custos de material.Levanto em conta as variáveis total esperado para economizar, valor da depreciação , percentual esperado de investimento e percentual de imposto a pagar.

Rentabilidade

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Onde , (economia bruta menos depreciação x investimento) x percentual de imposto esperado no período seria o retorno anual esperado sobre os gastos dividido pelo investimento total, teríamos o ROI, que sería o ganho sobre economia de gastos em mão de obra e matéria prima.

DICAS

  • Os diversos métodos de análise não devem ser utilizados unicamente, mas devem ser utilizados em conjunto para direcionar a tomada de decisão baseada em diversos cenários.
  • As variáveis levadas em conta nos métodos devem ser cuidadosamente pesquisadas considerando os diversos estágios do projeto e aspectos econômicos como inflação, moeda e custos de impostos.
  • Qualquer que seja o método a avaliação vai depender da qualidade da informação e do estágio em que encontra o projeto para uma abordagem com resultados assertivos.

CONCLUSÕES

O principal objetivo de um projeto é ser rentável, porém em cenários como o brasileiro, isto está se tornando cada vez mais difícil, onde temos uma alta carga tributária e diversos empecilhos, como por exemplo, o excesso de burocracia. Tanto para o cliente do produto quanto para quem está executando, a rentabilidade é uma premissa.

Percebemos que existem diversas ferramentas para avaliar a rentabilidade dos investimentos, porém não existe uma fórmula geral que pode ser aplicado para todos os empreendimentos, cada caso tem de ser analisado separadamente com suas próprias variáveis. Porém o uso destas ferramentas recomendadas pela AACE é indispensável para que se tenha uma boa base e uma margem de erro menor no momento de fazer uma avaliação mais eficaz do projeto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Artigos_pmkb

Sobre os Autores:

Guilherme Fonseca Cambraia Rodrigues; Graduado em Engenharia civil pela Universidade FUMEC, experiência de dois anos atuando no setor de orçamento de uma consultora e também quatro anos atuando como engenheiro de campo em obras prediais e de infraestrutura. Atualmente cursando pós-graduação em Engenharia de Custos e Orçamentos pelo IETEC MG. Email: cambraiagf@gmail.com.

Bruno Teixeira Santos; Graduado em Administração de empresas pela PUC-MG, experiência de 14 anos em consultoria de TI em implementação/manutenção de projetos SAP na área de finanças e custo. Atualmente cursando pós-graduação em Engenharia de Custos e Orçamentos pelo IETEC MG.  Email: btex@outlook.com.

Contexto: Artigo apresentado como trabalho na pós graduação Engenharia de custos e orçamentos em ministrada pelo Prof. Ms. Ítalo Coutinho da turma 9 do IETEC.

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