Publicado em 26/09/2017
Até hoje persistem e continuará por algum tempo o velho método de gerir projetos sequencialmente. Ou seja, o arquiteto desenvolve o projeto arquitetônico e o aprova na prefeitura e a partir desta aprovação são contratados os projetos complementares, que após serem concluídos, são juntados num pacote e enviados ao proprietário que contratará um engenheiro para executá-lo.
As consequências são conhecidas e sofridas por todos os envolvidos: baixa integração entre as disciplinas, erros que se propagam ao longo do processo, falta de compatibilização dos projetos, alto número de falhas, pouca ou nenhuma preocupação do projetista com quem vai executar o projeto, estresse no relacionamento projetos / obras, “bombas” explodindo na obra.
A saída para esta situação é a Engenharia Simultânea, que não é novidade, mas pouco aplicada no dia a dia. No Brasil este método de gerenciamento ficou conhecido como Engenharia Simultânea, mas você poderá encontrar artigos com o nome de Engenharia Paralela, Engenharia Integrada ou Engenharia Convergente.
Podemos definir Engenharia Simultânea como
“Engenharia Simultânea é uma abordagem sistemática para o desenvolvimento integrado de produtos que enfatiza o atendimento das expectativas dos clientes. Inclui valores de trabalho em equipe, tais como cooperação, confiança e compartilhamento, de forma que as decisões sejam tomadas, no início do processo, em grandes intervalos de trabalho paralelo incluindo todas as perspectivas do ciclo de vida, sincronizadas com pequenas modificações para produzir consenso.” (ASHLEY, 1992 apud PRASAD, 1996)”1.
A plataforma Building Information Modeling ou Building Information Model – BIM tem por base o conceito de Engenharia Simultânea, ou seja, esta visão de integrar todos os atores e atuar de forma simultânea durante todo o ciclo de vida do empreendimento.
Por enquanto, vamos ficar com a ideia de trabalhar integrado e realizar tarefas em paralelo.
Na próxima postagem vamos explorar mais esta ideia.
Nota 1: Crespo, G.P Diretrizes para Implantar a Engenharia Simultânea como ferramenta da gestão de projetos da Construção Civil, em http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1823, acessado em 20/06/17.
Sobre o Colunista:
Roberto Guidugli, Engenheiro Civil, Especializado em Engenharia Econômica pela Fundação Dom Cabral e mestre pela UFMG. É consultor de várias empresas privadas e estatais. Consultor associado a Luis Borges Assessoria em Gestão. Como professor, ministra cursos in company e em vários cursos de pós-graduações (lato sensu): UFMG, Cefet-MG e Fumec, entre outros. Possui artigos publicados no Brasil e no exterior.
E-mail de contato: meta@consultoresmeta.com.br
Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.
Muito Interessante esse modelo de gestão, a quantidade de informação que circula atualmente as vezes pode alterar a necessidade ou a demanda do cliente, dessa forma todos os processos terão que ser atualizados simultaneamente para não afetar negativamente na execução do empreeendimento.