Publicado em 30/05/2019
Para muitas empresas, o primeiro compromisso para 2018 já está definido: a reunião de Planejamento Estratégico. Porém, esta ação, fundamental para “cravar” uma direção a percorrer no novo ano, deve ser precedida por algumas tarefas. Também, é recomendável que as principais áreas de entendimento do negócio – Financeira, Clientes, Processos Internos e Aprendizado e Crescimento – sejam os pontos de reflexão sobre o posicionamento de mercado e estratégias de crescimento.
Iniciando com a Análise SWOT…
Antes de definir metas e indicadores de desempenho, é recomendável que cada setor observe seu posicionamento na abrangência de suas ações – Ambiente Interno – e o impacto que sofre pela concorrência e situação do mercado – Ambiente Externo. Para isso, a análise SWOT é uma ótima ferramenta de mapeamento. Cada gestor deve aplicá-la à sua área.
Trazendo para nosso idioma, a análise FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças – é uma ferramenta para mensurar os fatores internos – Forças e Fraquezas – e externos (Oportunidades e Ameaças) que atingem, positiva ou negativamente o negócio.
Vamos exemplificar: para uma empresa do segmento de obras de infraestrutura e com um vasto acervo técnico (Forças), um possível ponto de Fraqueza pode ser o quadro técnico enxuto, que pode limitar a capacidade de análise e participação em Editais de obras públicas. Veja que Forças e Fraquezas estão relacionadas ao microambiente, a tudo aquilo que é relacionado diretamente à empresa.
Ainda, o impedimento de participar de obras públicas, de grandes empresas atuantes no setor, pode beneficiar empresas com uma estrutura menor (Oportunidades). Esta vantagem pode ser minimizada caso empresas estrangeiras participem dos processos licitatórios (Ameaças). Este exemplo deixa claro como Oportunidades e Ameaças se relacionam com o macroambiente onde a empresa está inserida, e que não tem poder de influência.
Analisar o ambiente interno e externo permite à empresa se preparar para aproveitar ao máximo seus pontos fortes e oportunidades de negócio. Também permite reconhecer em quais áreas está frágil e quais são as possíveis ameaças que rondam o negócio, e assim, desenvolver um plano de ação para estes riscos.
Qual a Identidade da Empresa?
Missão, Visão e Valores formam a Identidade da Empresa, e são a base do Planejamento Estratégico. A formulação deste trio, geralmente, fica a cargo da Alta Diretoria. Porém, é importante que Diretores e Gestores reflitam, anualmente, sobre a realidade da empresa dentro da ótica da Identidade da Empresa.
É provável que em 2018, os indicadores positivos da economia se consolidem. Este cenário permitirá a retomada de diversos setores da Engenharia Civil, que sofreram com os impactos da crise. Assim, esperamos todos, as contratações serão retomadas e os planos de crescimento encontrarão uma base mais sólida para se estabelecer.
Tudo isto ressalta a importância de Criar, Entender e Manter Atual a Identidade da Empresa.
É através da Missão, Visão e Valores que a Empresa pode atrair colaboradores engajados, pois estes sabem exatamente o que se espera deles e se eles têm “a cara da empresa”. Da mesma forma, os times de Recrutamento e Seleção tornam-se mais assertivos nos processos de atratividade, e isto diminui os custos de demissões e contratações.
Finalmente, a Empresa torna explícito, para ela e para a Sociedade, qual é seu diferencial. É o velho ditado “Para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve”. E nos próximos anos, estar preparado e seguir um rumo bem definido será fundamental.
O fato é que os últimos anos modificaram a Identidade das empresas. Muitas perderam espaço no mercado, mudaram o nicho de atuação ou sofreram processos de fusão. Qualquer Planejamento Estratégico começa enfraquecido, caso os gestores não façam um exercício de Criação, Entendimento e Atualização da Identidade Organizacional.
E o que são cada um dos três pilares desta Identidade?
A Missão é a base do Planejamento Estratégico, pois sintetiza o posicionamento da empresa no mercado, seu público-alvo, estratégia de atuação e por que clientes e consumidores devem escolher a Organização. Objetivos, Indicadores e Metas são definidos para mensurar o desempenho da Organização dentro de sua Missão.
Já a Visão, descreve qual cenário a empresa pretende atingir nos próximos anos, é o olhar para o horizonte. Assim como a Visão, deverá ser estruturada de tal forma que permita desenvolver Indicadores.
Finalmente, os Valores descrevem porque a Empresa, e seus colaboradores, se diferenciam e são especiais. Considero um dos pilares mais fortes da Identidade de uma empresa, pois informa à Sociedade quais são os valores que orientam sua atuação e informa a o que é esperado de seus Colaboradores.
Como a empresa será avaliada?
Agora, uma vez que a Empresa se conhece (Análise SWOT), é o momento de estabelecer metas e ferramentas que permitirão à Empresa atingir o que foi estabelecido como Identidade organizacional (Missão, Visão e Valores).
Estas ferramentas devem objetivar o que chamo de visão tridimensional: Longo (10 anos), Médio (5 anos) e Curto (1 ano) Prazo. Da mesma forma, as ações se desdobrarão em ações de:
PLANO ESTRATÉGICO
São as metas globais e amplas da organização e devem estar diretamente relacionadas à Identidade da empresa. Ou seja, cada Objetivo Estratégico alcançado é um “tijolo” na construção da Missão, Visão e Valores.
Estas metas devem ser SMART: Specific (Específicas), Measurable (Mensuráveis), Attainable (Atingíveis), Realistic (Realistas) e Time-bound (Temporáveis).
Ex.: Reduzir os custos produtivos em 15%
PLANO TÁTICO
São voltados para cada célula ou departamento da Organização e devem ser formatados para garantir a realização dos Objetivos Estratégicos. Um exemplo de meta tática pode ser “Realizar cotações com saving superior a 10%”. Esta meta torna explícito um dos objetivos táticos da área de Suprimentos e, para ser atingida, dependerá da estruturação de Planos de Ação e Procedimentos, que migram o Tático para o Operacional.
Estas metas devem ser monitoradas em reuniões quinzenais ou mensais, reunindo os diversos gestores de área. Também é importante observar que devem ocorrer, preferencialmente, após as reuniões que avaliam o desempenho no Plano Operacional. Isto porque a efetivação das metas de Operação pode demandar colaboração de outras áreas, e isto deve ser discutido com a presença de todas as áreas correlatas, para validar todos os riscos envolvidos.
PLANO OPERACIONAL
Finalmente, os planos de longo e médio prazo da Organização são convertidos em ações diárias, monitoradas através de Planos de Ação, com definições claras de responsáveis, prazos e custos (5W2H).
Assim como as ações táticas, os objetivos definidos para o Plano Operacional devem ser monitorados em reuniões semanais ou quinzenais. A frequência dependerá da maturidade da Organização e do desempenho em relação ao Planejamento.
Sobre a Autora:
Giseli Barbosa Anversa, PMP, é Engenheira Civil formada pela Universidade Estadual de Maringá, e atua há mais de dez anos em projetos de Engenharia de Custos de obras de Infraestrutura e Construção Civil. O foco de sua atuação profissional está na análise tática, estratégica e operacional de projetos, estabelecendo ferramentas de gestão de Custo e Prazo, direcionando as ações aos resultados acordados entre Clientes e Partes Interessadas. E-mail de contato: giseli.anversa@gmail.com
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