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Participação da mulher na indústria, em especial na área da construção, é tema de debates

Publicado em 26/02/2022

As mulheres representam apenas 19% dos profissionais da ativa, segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

Aumentar a participação das mulheres no mercado de trabalho e nos espaços políticos é uma meta global para garantir a equidade de gênero e um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Pensando em aumentar o volume de oportunidades, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi), vem promovendo iniciativas para levar conhecimento e fomentar o debate nas empresas para que essas profissionais tenham empregos formalizados que gerem renda e bem-estar social e econômico, de forma igualitária.

Uma dessas iniciativas é o projeto “Diversidade em Construção”, com foco na inclusão e que discute questões raciais, de gênero e de classe. São promovidos encontros online para debater o tema e apresentar a atuação e as ações de responsabilidade social de diversas empresas. O evento já contou com apresentações de representantes do Ifood, The Walt Disney Company, Santander, Raia Drogasil e Instituto Rodrigo Mendes. O trabalho é realizado pela Comissão de Responsabilidade Social (CRS) da CBIC.

A presidente da CRS, Ana Cláudia Gomes, explica que o objetivo dessas ações é fazer da construção uma indústria extremamente inclusiva. “A CBIC vem trabalhando a pauta da diversidade para que a nossa indústria efetivamente seja cada vez mais inclusiva e que ela seja um espelho da diversidade que é nossa própria sociedade. O mundo mudou e a sociedade mudou. Então a gente precisa acompanhar essas mudanças. Não podemos mais ser uma indústria que oferece espaços apenas para os homens. Queremos nos transformar numa indústria moderna e pujante, que é indústria do crescimento, do desenvolvimento e que precisa estar alinhada com as expectativas da sociedade”, disse.

Ela ressaltou que o projeto trabalha a letra ‘S’ do ESG – Environmental, Social and Governance (ambiental, social e governança, em inglês). “Todas as agendas são transversais ao S: a inclusão da mulher, inclusão da pessoa com deficiência, inclusão de negros, inclusão da comunidade LGBTQIA+. Estamos trabalhando isso, mostrando como as empresas podem se tornar mais diversas e sem ambientes hostis. A empresa precisa ser um lugar bom para todos”, ressaltou.

Ana Cláudia Gomes reiterou que o ESG é a chegada definitiva da agenda da sustentabilidade e da responsabilidade social no financeiro das empresas, quando começa a ter valor direto para o negócio. “Já começa a percepção de que não é só uma questão de reputação de marca, mas de abertura de novos mercados, de acesso a créditos diferenciados. Ou seja, de agregar valor realmente ao negócio”, afirmou.

As mulheres na Engenharia

Dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) apontam que há mais de 199 mil mulheres ativas na profissão, cerca de 19% do total. Apesar da participação ainda tímida das mulheres no mercado de trabalho do setor, no meio acadêmico, a presença feminina vem crescendo nas graduações em Engenharia. “Se olharmos para as escolas, academia, cursos de Arquitetura e de Engenharia, vamos nos surpreender e constatar que o maior número hoje é de mulheres nessas turmas. Eu tenho absoluta certeza que em pouco tempo esse quadro da participação da mulher na construção civil será revertido”, afirmou Ana Cláudia.

A engenheira civil especialista em BIM (Building Information Modeling), Daniele Ramos do Nascimento, reiterou o crescimento da participação da mulher em vários contextos sociais e também na engenharia. Contudo, de acordo com ela, ainda existem obstáculos. “Infelizmente, existem algumas barreiras expressas e outras veladas para a entrada e permanência na engenharia. Elas vão desde processos seletivos enviesados, exclusão da mulher no próprio ambiente de trabalho, presunção de que a mulher não pode ocupar alguns cargos, até a declaração de certos gestores de que preferem trabalhar com homem”, destacou.

Para Daniele, iniciativas como a da CBIC são essenciais para transformar essa realidade e ser uma ferramenta de educação para a quebra dos paradigmas. A engenheira também defende que as pautas de inclusão e diversidade são urgentes e podem, inclusive, ser lucrativas para as empresas

Ana Cláudia enfatizou que existe um aumento na participação das mulheres na construção civil, mas ainda é um movimento lento. “A CBIC está atenta a toda e qualquer oportunidade para ajudar a aumentar a participação da mulher nesse mercado. Mais mulheres têm assumido posições estratégicas e contribuído de forma diferenciada para o setor. A indústria da construção só tem a ganhar com isso”, concluiu.

De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), de 2006 a 2019, o número de trabalhadoras formais nas mais diversas áreas da indústria da construção cresceu 98%, passando de 108 mil para 214 mil.

Link: https://g1.globo.com/especial-publicitario/cbic/noticia/2022/02/25/participacao-da-mulher-na-industria-em-especial-na-area-da-construcao-e-tema-de-debates.ghtml

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