Publicado em 14/08/2017
RESUMO
A primeira abordagem sobre qualidade, surgiu após a segunda grande guerra mundial. Com a expansão da indústria no século XX, ocorreram novos avanços nos estudos da qualidade, muito devido ao sucesso da produção em massa pela Ford. Mestres, doutores (Gurus) sobre qualidade e produtividade como Juran, Deming, passaram a ser conhecido pelos magníficos trabalhos realizados no Japão no período pós-guerra, revolucionando-se assim a qualidade, com o domínio de ferramentas da qualidade, ferramentas estatísticas, metodologias para projetos e resolução de problemas da qualidade, desenvolvidas neste período nas industrias Japonesas e que se faz presente nos dias atuais nas grandes e pequenas indústrias no mundo todo. A finalidade deste intento é desdobrar essas duas grandes metodologias (PDCA e PDSA), desenvolvidas por Deming, e detalhar qual metodologia e melhor de ser aplicada para cada propósito dentro das organizações.
Figura 1: Ciclo PDCA de Deming
INTRODUÇÃO
Desde a era dos artesãos, a qualidade já era muita vista nessas empresas, e com o passar dos tempos, foi ganhando força, forma e atributos. Já no século XX, com o advento das indústrias de produção em massa, desenvolvido por Henry Ford e com os trabalhos de Taylor, onde em 1911 se definiu os princípios da Administração cientifica, publicado em seu livro em seu segundo livro “Principles of Scientific Management – os princípios fundamentais da Administração Científica”, Taylor definiu como um de seus princípios “Principio do controle” , cujo objetivo deste principio é controlar o desenvolvimento do trabalho para certificar que está sendo realizado de acordo com a metodologia estabelecida e dentro da meta. Desde então, o departamento da qualidade passou a ter outro enfoque, cujo o objetivo é garantir através do controle e da inspeção, tudo o que seria produzido, fosse inspecionado, garantindo-se assim a qualidade dos produtos manufaturados.Já no período após a segunda grande guerra, o Japão, tendo seu pais totalmente arrasado pelas duas grandes bombas nucleares, iniciou um trabalho para se reerguer e começar em meio às ruínas, se organizar e iniciar o desenvolvimento fabril em suas fábricas. Foi então, Em 1947 o General MacArthur convida o Dr. Deming a ajudar no primeiro censo pós- guerra no Japão. Em 1950 a União Japonesa de Cientistas e Engenheiros (JUSE) convidou a Deming a Tóquio a dar conversas sobre controle estatístico de processos. Suas conferências foram copiadas, editadas por ele impressas em japonês.
Neste período, foram descobertas inúmeras ferramentas, metodologias desenvolvidas por Kaoru Ishikawa, Deming, Juran através dos esforços primários da JUSE para promover qualidade, difundidas até os dias atuais.
DESENVOLVIMENTO
Neste período do pós-guerra no Japão, inúmeras foram as contribuições dadas através a JUSE. Uma dessas contribuições foram o desenvolvimentos de metodologias capaz de solucionar problemas, conhecida mundialmente como ciclo do PDCA. O ciclo do PDCA, também conhecido por ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, teve origem no especialista em estatística Walter A. Shewhart, que introduziu o conceito de Planear, Executar e Verificar. O guru da Gestão de Qualidade Total e famoso estatístico W. Edwards Deming modificou o ciclo de Shewart e transformou-o em Planear, Executar, Conferir e Agir. Deming, juntamente com outro gestor americano especializado em qualidade – J. M. Juran – foi ao Japão, como parte das forças de ocupação aliada depois da Segunda Guerra Mundial, e ensinou vários métodos de Melhorias de qualidade aos japoneses, incluindo a utilização de estatística e o ciclo Planear, Executar, Conferir e Agir. O ciclo PDCA é assim chamado devido ao nome em inglês de cada uma das etapas que o compõem:
- P: do verbo “Plan”, ou planejar.
- D: do verbo “Do”, fazer ou executar.
- C: do verbo “Check”, checar, analisar ou verificar.
- A: do verbo “Action”, agir de forma a corrigir eventuais erros ou falhas.
A metodologia PDCA é largamente utilizada por corporações que desejam melhorar seu nível de gestão através do controle eficiente de processos e atividades internas e externas, padronizando informações e minimizando as chances de erros na tomada de decisões importantes. Importante ressaltar que, uma vez implantado, o ciclo PDCA deve tornar-se uma constante dentro da empresa, um verdadeiro círculo virtuoso objetivando sempre a melhoria contínua. Outra metodologia desenvolvida por Deming mais comumente conhecida como ciclo do PDSA, surge a partir da necessidade de aprendizado e melhoria de um produto ou processo, essa ferramenta veio complementar o que já existia no PDCA, pois ela propõe que seja feito um processo de estudo em pequena escala com o objetivo de desenvolver o aprendizado e a geração de um novo conhecimento.
O ciclo PDSA é assim chamado devido ao nome em inglês de cada uma das etapas que o compõem:
- P: do verbo “Plan”, ou planejar.
- D: do verbo “Do”, fazer ou executar.
- S: do verbo “Study”, Estudar,.
- A: do verbo “Action”, agir de forma a corrigir eventuais erros ou falhas.
Figura 2: Ciclo PDSA de Deming
Dentre essas duas metodologias capazes de solucionar problemas, qual dessas metodologias é a melhor de ser aplicada?
Diante de tantas ferramentas desenvolvidas neste período do pós-guerra, existe um fundamento para cada uma dessas metodologias. Não muito diferente, para ambas as ferramentas citadas neste intento “PDCA, PDSA”, ambas tem como aplicação metodologias, capaz de transformar projetos de melhorias em soluções imediatas na resolução de problemas.
O que difere de uma metodologia da outra, é o grau de complexidade atribuída a um projeto de melhoria na solução de problemas. Para todo o projeto de melhoria há uma sistemática a ser seguida tais como:
- Identifico o incomodo (Problema), Investigo as características específicas do problemas e o estado atual – Fase P do PDCA e do PDSA.
- Bloqueio as causas, estabelecendo plano de ação. – Fase D do PDCA
- Verifico se o bloqueio foi efetivado, ou seja, se o plano de ação foi tomado – Fase C do PDCA .
- Efetuo a padronização para evitar reincidência – FASE A do PDCA.
A grande diferença entre essas duas metodologias (PDCA e PDSA), se encontra fasesC do PDCA e na fase S do PDSA, pois a aplicação do PDCA compreende para projetos com menor complexidade, onde se conhece a causa raiz do problema.
Neste caso, ferramentas simples da qualidade, tais como diagrama espinha de peixe e 5 porquês, pareto são atribuídas a esta metodologia.
Já o PDSA, é aplicado a projetos de melhorias de grande complexidade, em que em muitos casos a causa raiz não é descoberta. Esta metodologia é muito utilizado em projetos de Seis Sigma, pois a fase S (Study), se atribui a aplicação de ferramentas complexas de estatísticas, tais como regressão linear, teste de hipótese, experimento fatorial, entre outras ferramentas estatísticas de grande complexidade para estudo de um fenômeno (causa).
Para se descobrir uma causa raiz não conhecida, requer estudos e análises, através de fatos e dados comprovados estatisticamente, de modo a identificar a causa raiz e direcionar ações para a resolução desta causa raiz.
Figura 3: Caminhos para solução de problemas
CONCLUSÃO
Inúmeras são as ferramentas e metodologias da qualidade disponíveis nos dias atuais, a serem aplicadas nos ambientes industrias, que por sua vez, resultam em resultados fantásticos para qualquer organização. Porém se faz necessário ter o entendimento da aplicação de cada metodologia, cada ferramenta, de modo que sejam alcançados os resultados esperados. A falta de entendimento e conhecimento tanto dessas metodologias, quanto das ferramentas, implica em obter resultados errôneos, tendo por sua vez a reincidência dos mesmos incômodos (problemas), apontados inicialmente no início do projeto de melhoria proposto. Portanto, não somente basta ter domínio em elaborar projetos de melhorias, mas sim ter domínio da aplicabilidade de cada metodologia e ferramenta, de modo que os resultados serão certos e sem dúvida sem a presença de reincidência do incomodo, proporcionando a organização a melhoria continua, o retorno sobre a perda da má qualidade, bem como a satisfação do cliente em receber produtos com qualidade.
BIBLIOGRAFIA
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- Disponível em: http://www.blogdaqualidade.com.br/qual-diferenca-entre-pdca-e-pdsa. Acesso em 27/12/2016.
Sobre o colunista:
Junio Carvalho Reis, Cursou até o 4º ano de Administração de empresa, é graduado em Gestão Industrial, Pós-graduado em Engenharia da Qualidade, MBA em Gestão Ambiental, Formação em Green Belt pela EDTI e formação em Green Belt e Black Belt pela Voitto Consultoria. Atua como gestor de Sistema de Gestão da Qualidade Automotiva. Possui 12 anos de experiência em indústrias, dentr e elas indústrias de auto peças, indústria gráfica, indústria de informática. Possui experiências com implantação de sistemas de Gestão e auditorias de SGQ ISO 9001, ISO TS 16949, IATF 16949, ISO 14001, QSB FIAT,QSB GM, e OCP, Formação em Auditor Lider em ISO 9001:2015 e ISO 14001:2015, ambas registradas pela Global Exemplar. Possui experiência com certificação de produtos Inmetro (OCP) nas normas de fabricação de botijões, válvulas, cilindros industriais, extintores de incêndio e tanques GNV.Atua como líder de grupos de melhoria, promovendo projetos de kaizen e projetos de seis sigma como Green Belt. E-mail de contato: juniocarvalhoreis@bol.com.br.
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