Publicado em 25/03/2022
Imagem em 3D da mina mostra a superfície de cava com blocos de mineração que tem diferentes propriedades
Uma solução desenvolvida pelo IMPA em parceria com Centro de Desenvolvimento Mineral da Vale (CDM) possibilita a estimativa de energia necessária para o processamento de minério de diferentes regiões de um depósito mineral, assim como a recuperação metalúrgica, com base em dados coletados em furos de sondagem e testes laboratoriais. Com o software desenvolvido, a caracterização geoespacial de propriedades de competência de rocha e recuperação de minério passa a incorporar conhecimento de geólogos e engenheiros especialistas através de modelos geostatísticos customizados. O novo sistema será utilizado pela Vale para otimizar recursos nas atividades de mineração, diminuindo assim os riscos técnicos.
Ainda não é possível quantificar a economia de consumo energético gerada pelo software, já que o sistema será utilizado pela primeira vez em uma mina de cobre no Pará, que está em processo de extração. “A otimização do consumo energético nas usinas de processamento mineral é um dos grandes desafios nesta indústria. Por isso, este projeto, que visa auxiliar na redução de energia e rejeitos, é tão importante para a empresa. Juntos, produzimos um software que gera um modelo 3D da mina com diversas previsões de variáveis geometalúrgicas, que funciona como um mapa para a Vale avaliar, por exemplo, se uma área tem muito cobre recuperável ou se outra tem uma rocha muito difícil de implodir e que vai gerar um consumo muito alto na usina”, explica o pós-doc do IMPA Júlio Hoffimann, coordenador do projeto no Centro Pi (Centro de Projetos e Inovação IMPA).
Atualmente, a modelagem geometalúrgica é realizada por meio de modelos geoestatísticos sem a quantificação das incertezas dessas variáveis. A solução, desenvolvida por alunos e pesquisadores do IMPA, em parceria com a Vale, endereçou esse problema de uma forma inovadora que será publicada em breve em uma revista científica.
O desenvolvimento do software teve início em setembro de 2021 e levou quatro meses para ser concluído. A metodologia, que foi desenvolvida e testada com dados de uma mina de cobre e ouro, será replicada pelo time em outras minas gerenciadas pela Vale.
Sobre o Centro Pi
Lançado em setembro de 2021, o Centro Pi busca potencializar colaborações técnicas do IMPA com o setor produtivo. O objetivo é resolver problemas concretos e desenvolver projetos com forte aplicação das ciências matemáticas.
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