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Plano de Desenvolvimento profissional para Gerentes de Projetos

Publicado em 27/06/2020

Quando eu comecei a me interessar por gerenciamento de projetos, em meados de 2009, não existia a robustez de conteúdo que temos hoje abordando o tema. O LinkedIn já existia, porém não tinha a mesma evidência de hoje, havia menos videos no Youtube falando sobre gestão de projetos e poucas eram as referências de profissionais nos quais eu pudesse “chegar junto” pra conversar sobre o assunto. Naquela época existia uma avidez em mim que clamava pela existência de alguém que pudesse me orientar, alguém que me indicasse o caminho das pedras, como eu deveria desenvolver minhas habilidades e competências para desempenhar bem, futuramente, meu trabalho como GP.

Hoje, com o advento do LinkedIn e artigos publicados em portais, me deparo com algumas pessoas que me mandam mensagens e e-mails querendo as mesmas orientações que eu buscava tempos atrás. E eu acho isso legal demais porque eu tenho prazer em compartilhar conhecimento, seja ele a respeito de Gestão de Projetos, seja ele sobre qualquer outro tipo de assunto ao qual eu tenha algum domínio. Pensando nisso, resolvi montar uma estrutura bem parecida com a que eu criei no passado para orientar (a quem tenha interesse) sobre como desenvolver-se na área de gerenciamento de projetos. É um mapa mental com os principais pontos a serem desenvolvidos por quem quer seguir na área.

Apesar de ser mais orientado a quem está começando ou pensando em embarcar na viagem de gerenciar projetos, aconselho a todos os interessados no assunto que avaliem este plano de desenvolvimento e veja o que pode ser agregado à sua necessidade. Ao lado de alguns você poderá identificar chaves. Isso porque são pontos extremamente relevantes.

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1. Conhecimento Técnico

Durante muitos anos acreditou-se que o principal fator de sucesso para um profissional em GP exercer bem sua função era o seu conhecimento técnico no assunto. Quais áreas de conhecimento? Quantos processos? Quais documentações? Que ferramentas e técnicas? Tudo isso era posto como pedra fundamental para um Gerente de Projetos. O tempo nos provou e ainda prova que não, porém não vamos entrar no mérito agora. O importante é que você saiba que é essencial desenvolver seus conhecimentos sobre gestão de projetos e isso você pode adquirir fazendo cursos, lendo livros a respeito (gestão de riscos, tempo, preparatório p/ certificação PMP, o guia PMBOK, etc), lendo revistas, participando de webinars, seminários, workshops, congressos e adquirindo certificações, tudo isso vai te ajudar muito a desenvolver essas habilidades. Por falar em certificações, elas são muito importantes e o mercado dá bastante valor. Muitas pessoas me perguntam se as certificações realmente fazem tanta diferença e eu sempre digo o seguinte: esqueça a questão do certificado em si e foque em como você faz para conseguir o mesmo. Isso sim é que é importante. O mercado contrata o profissional certificado e não uma certificação. Ter o PMP, o PRINCE2 ou certificações ágeis não o torna o melhor profissional do mundo, mas quando você tira uma certificação está mostrando ao mercado que você se preocupa em melhorar continuamente suas competências e adquirir mais conhecimentos.

2. Habilidades Humanas

No meu entendimento, algo tão ou mais importante que o conhecimento técnico são as habilidades humanas, aquilo que não é palpável e pouco tangível. As relações humanas são colocadas à prova todos os dias em qualquer situação em que o Gerente de Projetos precise atuar, seja com os gestores funcionais, com a equipe do projeto, com o cliente ou com os stakeholders internos. Dentre elas, destaquei algumas que considero muito relevantes: Inteligência Emocional (pode acreditar, sem ela você não consegue trabalhar), Boa Comunicação (extremamente importante, visto que o principal fator de insucesso na maioria dos projetos vem de problemas com comunicação), Negociação (é algo que você precisará fazer todos os dias… negociar), Ética (a base da existência como indivíduos em sociedade), Flexibilidade Cognitiva (poder de adaptação à mudanças ambientais) e Bom Relacionamento Interpessoal (fundamental se você quer manter recursos no seu time de projetos). Você pode estar se perguntando: “e a Liderança, por que não está na lista?”. E quem disse que não está? O que é a liderança senão a junção de todas essas competências?

3. Formação Acadêmica

Essencial, porém existem algumas ressalvas que gosto de fazer para que você consiga encontrar o ponto onde se encaixa. Não importa o curso em que você foi graduado, o gerenciamento de projetos não faz esse tipo de restrição, porém o mercado geralmente busca formados em engenharia, cursos na área de Tecnologia da Informação e administradores. No entanto há Gerentes de Projetos na área financeira e até mesmo de saúde. Uma coisa é praticamente padrão para quem quer trabalhar com gerenciamento de projetos, seja em que área for: uma especialização em Gestão de Projetos. Os MBAs são bastante apreciados, porém eu aconselho que esse tipo de especialização seja feita na hora certa, isto é, quando você já trabalha com gestão de projetos. O que tem acontecido é que muitos recém-formados têm buscado fazer um MBA assim que deixa a faculdade, sem qualquer experiência na área e isso é um erro a não cometer. O Mestrado Profissional em Gestão de Projetos ainda não é tão apreciado no Brasil, até porque a presença desse tipo de curso ainda é escassa no país. Porém na Europa já há vários desses cursos. Vale a pena pesquisar a respeito.

4. Idiomas

Ponto muito importante para quem quer trabalhar como Gerente de Projetos, basicamente, por três motivos: 1) Este é um cargo que, invariavelmente, muitas multinacionais contemplam em seu quadro. Desta forma é extremamente necessário que o GP tenha inglês avançado ou fluente. 2) Muitas empresas têm projetos com clientes de outros países. Como o inglês é um idioma de comunicação universal, torna-se uma peça fundamental no trabalho diário. 3) Oportunidades para trabalhar fora do país podem acontecer e você deve estar preparado para isso. Se já tem um inglês intermediário, busque a fluência em algum curso com foco em conversação. Caso o seu inglês seja básico, procure matricular-se o mais breve possível. Intercâmbio também é uma ótima alternativa.

5. Estudos Complementares

Como “não só de pão vive o homem”, o profissional em gerenciamento de projetos não pode resumir os seus conhecimentos ao trivial. Ler sobre gestão de riscos, do tempo, das partes interessadas ou gestão ágil é muito bom, porém é o que todos os outros GPs já fazem. Que tal estudar um pouco de filosofia? Você poderia perguntar: “mas o que filosofia poderia acrescentar no meu trabalho?”. Eu sempre digo que a filosofia tem influência na maioria das coisas que conhecemos, desde a matemática até as relações humanas, por isso é muito válido estudar sobre o assunto. Também aconselho o estudo de PNL (Programação Neurolinguística) que, segundo um dos seus criadores – Richard Bandler – é um processo educacional de como usarmos melhor o nosso cérebro. A internet tem um vasto material a respeito e o Youtube possui vários videos (nacionais e gringos) com boas aulas sobre o tema. Procure também ler sobre a sua área de atuação sempre. Se você é da área de TI, leia sobre novidades em infraestrutura e desenvolvimento. Se é da área de engenharia civil, não deixe de ler sobre assuntos ligados à sua área.

Bem, com isso espero ter ajudado de alguma forma no seu plano de desenvolvimento. Ele foi e ainda é muito útil pra mim. Obviamente ele não se impõe uma verdade universal, até porque este modelo é o que eu achei que melhor se adequava a minha realidade. Cada um pode entender seu desenvolvimento da melhor forma possível.

 

 

Sobre o autor:

Wagner Borba – Digital Mobility Assoc Manager na Accenture. Graduado em Tecnologia da Informação pela UNIFG/Laureate International Universities (PE) e MBA em Gestão de Projetos pela Universidade Estácio de Sá (RJ). Possui certificações Project Management Professional (PMP®) pelo PMI, Certified Scrum Master (CSM®) pela Scrum Alliance, ITIL® Foundation pela OGC-UK, International Product Owner Foundation (IPOF) pela Scrum Association e Lean Six Sigma Yellow Belt (SSYB). Detém 8 anos de experiência em gerenciamento de projetos nas áreas de Desenvolvimento de Software, Telecomunicações, Infraestrutura e Outsoucing de TI em empresas nacionais e multinacionais como Accenture, Huawei Technologies, Alcatel-Lucent e Isolux Corsan, atuando em projetos de alta complexidade, tendo como clientes as principais operadoras de telefonia do país, montadoras de veículos, holdings de bens de consumo, redes de hospitais, grupos educacionais, universidades, indústrias e órgãos de todas as esferas de governo (municipais, estaduais e federais). Criador do MEsP (Mapa Estratégico Pessoal) e do método 4D-STK para Gerenciamento de Stakeholders. Foi Diretor de Administração e Finanças do PMI Pernambuco Chapter na gestão 2016/2017 e colunista em editoriais sobre gerenciamento de projetos.Email de contato:  wagner.borba@pmipe.org.br/   wborbaconsultoria@gmail.com.   Site: http://escopodefinido.com

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  1. Peggy Alacock disse:

    Wagner excelente texto, Parabéns.
    Podes por gentileza colocar onde conseguimos participar desses Cursos e quais as instituições com uma maior credibilildade, lógico que na sua opnião.

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