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Por que controlar eficientemente os Índices de CPU?

Publicado em 18/06/2014

Por que controlar eficientemente os Índices de CPU?

Resumo: Um dos grandes desafios, de hoje, da engenharia pesada é ser rentável ao contratado. Para isso, o acompanhamento dos processos desenvolvidos no campo comparado com o orçado, é de grande importância para execução da estratégia empresarial, com relação a esse empreendimento.

Introdução

A engenharia civil, principalmente a voltada para a obras industriais pesadas e focada no serviço de construção e montagem, se desenvolve em um ambiente, tal o qual, os administradores chamam de oceano vermelho. Esse trabalha com pequenas margens de contribuição, grande complexidade de projetos, ambiente dinâmico e muito instável e com um grande número de empresas no segmento.

Partindo da complexidade executiva dos projetos, expectativa de resultado e situação atual do mercado, dá para imaginar o tamanho do desafio que a equipe está diante. Por isso a preocupação da engenheira no planejamento e controle não é por acaso e sim por necessidade de sobrevivência e destaque no mercado.

O planejamento e acompanhamento diário desse contrato, é a técnica principal para o real sucesso ou insucesso do projeto, qualquer desvio tem que ser bem averiguado e estudado para não comprometer o bom funcionamento de toda a estrutura da empresa. Se preocupar com aspectos envolvendo orçamento, suprimentos, produtividade, relações interpessoais, comunicação, tecnologia e entre outras é o foco de uma boa gerência do projeto.

Portanto gerenciar um projeto é atuar de forma a atingir os objetivos de qualidade prometida, nos prazos e custos previstos com o escopo acordado. Para isso um bom controle da situação orçada confrontada com a real de produção é um importante indicador, de que as coisas caminham para a direção correta ou não.

Diante do cenário demonstrado e da importância do tema controle, esse artigo, irá aprofundar na importância do acompanhamento dos índices praticados em campo e verificação se os mesmo estão compatíveis com os índices estabelecidos na proposta orçamentária.

Outro aspecto importante é a verificação da metodologia executiva pois, algumas vezes, a real situação da atividade exige que sejam usados recursos além dos previsto, isto implicaria em um “preço novo” para aquela atividade e, muitas vezes, isto passa sem ser notado.

Produtividade e índices precisam ser avaliados

Dá-se o nome de composição de preço unitária – CPU, ao processo de estabelecimento dos custos incorridos para a execução de um serviço ou atividade, individualizado por insumo e de acordo requisitos pré-estabelecidos.

A composição deve listar todos os insumos necessários à execução de cada serviço, com suas respectivas quantidades, e seus custos unitários e totais.

Normalmente, as composições de custos são elaboradas antes da execução dos serviços, mas também podem ser elaboradas durante a execução dos serviços ou após a conclusão desses, sendo distintos os propósitos em cada caso.

Quando elaborada antes da execução do serviço, o seu propósito é de estimativa ou de compor o orçamento e serve para que a empresa construtora tenha uma noção do custo a ser incorrido por ela no futuro, quando da execução daquele empreendimento.

Nessa etapa, a composição de custos é a base utilizada pelas empresas para a definição dos preços que serão atribuídos em licitações e propostas ou, no caso de incorporações, aos empreendimentos a que se referem.

Se elaboradas durante a execução dos serviços ou após a conclusão desses, a composição de custos é utilizada como ferramenta de aferição da estimativa previamente efetuada.

A composição passa, então, a ser um instrumento de controle de custos, permitindo à empresa identificar possíveis fontes de erro na composição do orçamento original ou desperdícios e gerando dados que poderão ser utilizados em futuros orçamentos, proporcionando à empresa a utilização de dados mais próximos de sua realidade.

Por mais abrangente que seja o conjunto de composições de custos unitários que um dado livro ou órgão possa dispor, ele parte de observações de obras diversas, de empresas diversas e realizadas sob condições particulares.

Daí a necessidade das empresas em desenvolverem suas próprias composições de custos, que reflitam os seus indicadores de produtividade e de consumo, que melhor representem as características de produção da empresa.

Ao processo de obtenção dos indicadores reais de produção e de consumo dá-se o nome de apropriação. É através da apropriação que a empresa passa a conhecer sua produtividade, seus pontos fortes e fracos no que diz respeito ao processo produtivo e ao processo gerencial.

O passo inicial da apropriação é a observação, observar significa assistir e registrar. É a partir dos dados coletados nos canteiros de obra que podem ser elaboradas as composições de custos da empresa.

As distorções podem ocorrer tanto acima como abaixo do orçamento elaborado e, dependendo da representatividade do serviço no orçamento, a obra pode se tornar inviável, quer seja por estar com os custos superestimados (diminuindo a competitividade da empresa no mercado), quer seja por estar os custos subestimados (diminuindo o lucro do empreendimento ou até mesmo resultando em prejuízo).

Construção e montagem

Figura 1: escavação de 3ª categoria não prevista (atraso na sequência executiva).

Também se pode constatar, que as especificações técnicas são responsáveis por algumas dessas variações. Na maioria das vezes, as especificações não são seguidas na execução, resultando em furos orçamentários.

Construção e montagem

Figura 2: Falta de controle na execução de uma obra, implica necessariamente em desperdício de dinheiro.

Conclusão

Verificada a importância de usar, índices de produtividade factíveis, na elaboração de uma proposta, do controle no decorrer da execução dos serviços e alinhar com a condição da execução das atividades isso tudo para que não ocorra uma condição de trabalho diferente do que foi orçado.

Entretanto, estas prerrogativas podem ser diferentes em determinados serviços, exigindo equipamentos/mão de obra além do previsto. O ideal é que no planejamento da atividade no campo, sejam identificadas estas dificuldades e em comum acordo com o cliente, seja, gerado um preço novo para o serviço. Desta forma, podemos evitar futuros desgastes nas relações contratuais com reivindicações, visto com é mal aceito o pedido de pleito aqui no Brasil.

A falta de controle desses itens implicam, necessariamente na redução do resultado previsto na obra ou, até mesmo em contrato trabalhando com margem de contribuição negativa.

Referências:

  • KNOLSEISEN, Patrícia Cecília. Compatibilização de orçamento com o planejamento do processo de trabalho para obras de edificações. Florianópolis, dissertação de mestrado, 2003.
  • ALVES, Gabriel & ARAÚJO, Nelma. Composições de custos unitários: TCPO x apropriação in loco.
  • Chan Kim, W. & Mauborgne, Renée. A estratégia do oceano azul. Harvard Business School Press, 2006.

Artigos_pmkb

Sobre os Autores:

Autor: Felipe Peixoto: Engenheiro Civil graduado pelo UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, Pós Graduado em Gestão de Negócios pela FDC – Fundação Dom Cabral ambas em Belo Horizonte – MG. Atuação em diversos ramos da engenharia como geotecnia, fundação, sondagem, planejamento, gestão custos / financeira e contratos. E-mail de contato: felipeborgespeixoto@gmail.com.

Autor: Francisco Silvério: Engenheiro Civil graduado na UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, atuou na área de produção nas empresas QUEBEC e MCE e atualmente trabalha como engenheiro de planejamento e orçamento na Reta Engenharia. E-mail de contato: franciscodags@gmail.com.

Contexto: o presente trabalho é resultado de pesquisa realizada com alunos da 4a Turma de Gestão de Projetos em Construção e Montagem do IETEC. 

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