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Tecnologias inovadoras para planejamento e controle de projetos

Publicado em 02/12/2016

Diversas ferramentas são utilizadas no processo de planejamento e execução de obras e projetos. Conforme a tecnologia avança dia após dia, mais equipamentos e sistemas surgem para auxiliar ainda mais estes processos, auxiliando na otimização e dando suporte a vários quesitos necessários para o crescimento de uma empresa, como redução de custos, maior qualidade e controle dos processos, praticidade, agilidade, marketing positivo, entre outros.

Tecnologias inovadoras

INTRODUÇÃO

Sabe-se que todo projeto de engenharia, seja ele de qualquer área ou setor, necessita de organização para ocorrer conforme planejado, respeitando orçamentos, prazos, qualidade e segurança para atingir o resultado esperado com sucesso.

Para que o objetivo de cada projeto seja alcançado, existem ferramentas que se fazem essenciais ou atuam como verdadeiros auxílios para o controle e administração dos projetos.

Desde a revolução industrial, a tecnologia utilizada dentro de fábricas e empresas vem sendo melhorada e readequada conforme a demanda do mercado, criando ferramentas a fim de otimizar os processos e projetos elaborados, visando sempre maiores lucros e crescimento da marca.

Nesta pesquisa encontram-se algumas tecnologias inovadoras para planejamento e controle de projetos e obras, cujas finalidades são a satisfação do cliente, uma vez que tais tecnologias tendem a melhorar a interface entre contratante e contratada, tornando a troca de informações mais direta, e à prestadora de serviço, que possui maior praticidade, agilidade e controle para a execução de seus serviços.

DESENVOLVIMENTO

  1. Software

O sistema ControlTUB foi desenvolvido para o controle geral da fabricação e montagem de estruturas metálicas oceânicas e de equipamentos estáticos. A divisão permite que as funcionalidades do sistema possam ser aplicadas em ambas as disciplinas, considerando as suas particularidades de serviços e questões normativas.

Um dos principais recursos do sistema é a visualização do avanço físico da obra através de maquete eletrônica 3D, que facilita a busca de informações detalhadas dos projetos, garantindo ao cliente a rastreabilidade e medição dos contratos.

Outra característica importante dos sistemas de controle de tubulações da ISI Engenharia é a interface com outros sistemas integrados, como o GITEC, da Petrobras, incorporando as informações para medição de todas as atividades do contrato definidas para este sistema. Também possui interface entre sistemas internos de gestão de empresas, e pode ser importado ou exportado do Excel, funcionando da mesma forma para o Access e os outros programas do pacote Office. Além disso, dialoga com o Project, Sigo e outros softwares padrões do mercado. O sistema já é amplamente utilizado em todas as áreas dos segmentos de alto risco, como a área petrolífera, cujo grau de exigência quanto às condições de trabalho e atendimento das normas é considerado bastante elevado. Também é utilizado nas áreas de energia, petroquímica e siderurgia.

Outros segmentos que utilizam o ControlTUB: offshore, indústria, civil, tubulações etc.

Vantagens:

– Sistemas flexíveis, com interface para multiusuários;

– Atendimento aos requisitos normativos;

– Segurança (conteúdo criptografado);

– Agilidade de fluxo das informações;

– Sustentabilidade: redução drástica de uso de papel;

– Customização da programação de tarefas e dos relatórios;

– Análise da disponibilidade de materiais existentes no estoque;

– Contribui para o cumprimento dos prazos.

  1. Prototipagem

Na área de arquitetura e construção, hoje, o processamento tridimensional tem se tornado processo padrão em vários procedimentos, fazendo da prototipagem rápida e da fabricação digital, grandes aliadas dos novos desafios projetuais. Um dos principais benefícios do desenvolvimento cada vez maior de seu uso é a opção de ter a visualização como grande colaboradora da compreensão espacial, bem como complemento e caminho para a confecção de modelos rapidamente prototipados. Essa nova possibilidade tem causado um enorme impacto desde o início do processo de projeto de um edifício até a sua construção, contribuindo para mudanças na forma de projetar e em sua produção, automatizando tarefas e introduzindo novas tecnologias. A diferença entre os novos métodos de produção baseados em modelos digitais e os antigos métodos de produção de massa é que eles não se destinam a produzir cópias idênticas de um mesmo produto. Pelo contrário, constituem-se em sistemas suficientemente adaptáveis para produzir um grande espectro de formas diferentes. Esse novo conceito tem sido chamado de “mass customization” (personalização em massa).

Os novos métodos de produção não são mecânicos, mas controlados por computadores, usualmente associados às fresas de controle numérico. O termo prototipagem rápida (rapid prototyping) refere-se normalmente aos métodos de produção de protótipos por sistemas aditivos. Contudo, existem também métodos baseados na sobreposição de camadas destinados à produção de produtos finais. Esses métodos são conhecidos como manufatura rápida (rapid manufacturing). O termo rapid, em ambos os casos, faz referência ao fato desses sistemas não requererem nenhum tipo de assistência humana. Os métodos de produção automatizada utilizados na arquitetura e construção podem ser categorizados segundo sua finalidade, o número de eixos com que trabalham e a maneira como produzem os objetos. Suas aplicações podem variar desde a produção de maquetes de estudo para o apoio ao processo de projeto até a construção de edifícios inteiros, passando pela elaboração de elementos construtivos, construídos e enviados diretamente para a obra.

No que se referem à sua finalidade, eles podem ser destinados à produção de modelos em escala reduzida ou à produção de produtos finais, em escala 1:1, para serem empregados diretamente na obra.

Para a produção final desses elementos construtivos, em escala real, são utilizados os sistemas de fabricação ou de manufatura, podendo ser destinados à produção de fôrmas a serem utilizadas na obra. Existem nove etapas para o processo de fabricação digital do mesmo elemento construtivo. Desde sua concepção até a colocação na obra, cada elemento construtivo é produzido individualmente, com moldes em isopor “esculpidos” por uma fresa Computer Numeric Control (CNC), a partir de um modelo 3D digital. Posteriormente, o revestimento, que consiste de material isolante e aço inoxidável, é aplicado definindo a espessura das paredes de concreto.

  1. Concepção da forma arquitetônica;
  2. Construção do molde, em poliestireno, do elemento construtivo em fresa CNC;
  3. Preparação do molde para a aplicação de concreto;
  4. Aplicação da ferragem e concretagem;
  5. Acabamento;
  6. Desmoldagem;
  7. Elementos construtivos prontos para serem inseridos na obra;
  8. Localização dos elementos construtivos;
  9. Finalização.
  1. Laser Scanner 3D

O 3D Laser Scanning é uma tecnologia não destrutiva que captura digitalmente a forma dos objetos físicos usando uma linha de luz laser. O equipamento laser scanner cria “nuvens de pontos” de dados a partir da superfície de um objeto. Em outras palavras, o escaneamento a laser 3D é uma maneira de capturar o tamanho e a forma exata de um objeto físico como uma representação tridimensional digital.

Este equipamento auxilia bastante em processos “as built” (ou “como construído”) em conjunto com o sistema BIM (Building Information Modeling). O “as built” pode ser realizado em diversas etapas da obra: durante, para acompanhar a precisão do que fi construído e comparar com o modelo BIM do projetado; ao final, para documentar a versão final do que foi construído e incorporar as mudanças ao projeto original; ou posteriormente em situações onde não existem projetos como nos casos de restauração arquitetônica ou em retrofits de espaços existentes. A união da tecnologia BIM com o Laser Scanning é capaz de trazer alto grau de precisão ao processo de recuperação das informações de um edifício, por exemplo, ou facilitie em seu estado real.

Processo de execução e integração entre laser scanning e tecnologia BIM

Um objeto que será digitalizado a laser é colocado sobre a mira do digitalizador. Um software especializado impulsiona a sonda laser acima da superfície do objeto. A sonda laser projeta uma linha de luz laser sobre a superfície do sensor, enquanto duas câmaras gravam continuamente mudando a forma e a distância da linha de laser em três dimensões (XYZ), enquanto a sonda se movimenta ao longo do objeto.

A forma do objeto aparece como milhões de pontos chamados de “nuvem de pontos”. O processo é muito rápido e preciso, reunindo até 750.000 pontos por segundo.

Diversos softwares tem atualmente a capacidade de importar a “nuvem de pontos”, e a partir dela, é possível a geração de objetos BIM.

O processo ainda não é totalmente automático ou perfeito, pois as “nuvens de pontos” chegam a milhões de pontos e irão requerer muita memória e capacidade de processamento. Entretanto, ela está em evolução, sendo a Autodesk a empresa que mais tem avançado nessa área.

Algumas empresas nacionais já utilizaram essa tecnologia, sendo a Matec uma de suas precursoras como relatado por Luiz Augusto Milano, Diretor Presidente da Matec.

  1. Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT ou Drones)

Os drones são dispositivos de uso cada vez mais frequentes na realização de vários tipos de atividades, sejam de monitoramento e controle, seja para aquisição de dados. Existem veículos de diferentes escalas, autonomias e capacidade de cargas, que podem ser com asas rotativas, como os helicópteros, decolando e pousando na vertical, ou ser do tipo asa fixa como os aviões convencionais, necessitando de pistas para pouso e decolagem. A grande vantagem do uso de VANTs é o seu baixo custo de aquisição, manutenção e operação quando comparado com as alternativas tradicionais. Por suas características e pequenas dimensões, podem voar a baixa altura, obtendo imagens de qualidade em alta resolução em qualquer estação do ano.

Para proporcionar diferentes sensações aos clientes e demais stakeholders, empresas e incorporadoras do estado tem tido a necessidade de gerar imagens aéreas, tanto de seus lotes e de suas obras em andamento para gerenciamento, quanto de seus empreendimentos já prontos para fins de melhorar o processo de vendas. Essas imagens ajudam no acompanhamento das obras com o tempo, oferecendo aos investidores e gestores do projeto uma visão real do que está acontecendo, e tornam-se ferramentas adicionais no processo de venda, mostrando aos possíveis clientes em rede, imagens do empreendimento e de suas redondezas. Outra vantagem é a redução de custos, porque o acompanhamento da obra de vários ângulos pode ajudar a otimizar recursos utilizados na construção.

DICAS

É de suma importância que engenheiros fiquem atentos às novidades relacionadas ao mercado e às novas tecnologias que surgem quase que diariamente. Além destas informações, é importante saber cultivar valores profissionais e pessoais. Buscar novos softwares que facilitam a gestão, novos equipamentos que diminuem os custos e aumentam a precisão do serviço contratado, informações de mercado que auxiliam para inovação de produtos, processos e projetos. Portanto, seguem algumas dicas que todo engenheiro deveria saber, inclusive os de planejamento, sobre o universo da engenharia e alguns de seus conceitos:

1 – Inovação: sempre existe um modo novo e até mais eficiente de se fazer algo. Por isto, o profissional deve estar sempre atento em como produzir mais com menos.

2 – Proatividade: colocar-se à frente de uma demanda sem que seja necessário o pedido de um superior. Necessário entender o limite entre a proatividade e aquilo que transcende esta barreira e esbarra nos deveres alheios.

3 – Trabalho em equipe: saber trabalhar em equipe sugere boa gestão, bom relacionamento e “brainstorms” capazes de criar soluções e ideias inovadoras.

4 – Entender o mercado: muitas vezes o mercado oscila da noite para o dia, derrubando ações, gerando lucros e prejuízos em questão de minutos. Não há necessidade de ser expert, mas quando se trabalha com projetos e processos, deve-se conhecer as demandas do mercado e suas variações. O mercado pode definir o futuro de uma empresa.

5 – Ética profissional: nada substitui a ética profissional, seja no mercado de trabalho ou consolidado em uma carreira dentro de uma empresa. A ética é a base de um bom profissional, seja ele da área que for.

6 – Globalização: É importante estar atento às notícias que correm o mundo, de extremo a extremo. Conhecimento e discernimento levam o profissional mais adiante, seja na carreira profissional ou vida pessoal e estar bem informado é estar sempre em vantagem.

CONCLUSÃO

Com as diversas tecnologias disponíveis no mercado e suas facilidades, um bom planejamento e acompanhamento se fazem necessário para justificar tal tecnologia investida. Outra parte importante do planejamento é o envolvimento de todos os interessados. À medida que as informações chegam, pode-se fazer uma análise detalhada do andamento da obra ou até mesmo traçar uma ação corretiva para que tudo aconteça de acordo com o planejado.

Novas tecnologias são facilitadores na execução de projetos e devem sempre receber atenção de investidores e empresas para que o mercado continue em seu constante dinamismo.

REFERÊNCIAS

Artigos_pmkb

Sobre os Autores:

Renan Cardoso Duarte: Engenheiro Mecânico, PMP, CaPM, MBA. Atividades Desenvolvidas: Coordenação de equipes de planejamento de melhorias e manutenção preventiva e preditiva, elaboração de orçamentos, levantamento de campo, estimativa de custos e resultados, criação de cronogramas com diversas ferramentas como MS Project e Primavera P6, análise de riscos em projetos, elaboração de gráficos de avanço físico financeiro, análise de viabilidade econômica de prestação de serviços.

Alan Ferreira Brandão: formado em Engenharia de Produção com ênfase em mecânica pela UNIFEMM, cursando pós-graduação em Engenharia de Planejamento pelo IETEC Atuou como engenheiro Mecânico na empresa Presmmonti na parte de projetos, planejamento e supervisão de equipes em manutenção industrial de rotina e parada programada bem como Grupo Gerdau e Thyssenkrupp, trabalhou na Auto Forjas na área de desenvolvimento de novos produtos e melhorias. Contato: alan.engproducao@yahoo.com.br

Thales de Melo Vidal: Engenheiro de petróleo, graduado pela Universidade Estácio de Sá em Macaé. Cursando pós-graduação em Engenharia de Planejamento (IETEC). Cargos: Estagiário no setor de planejamento de construção e montagem na Engevix. Engenheiro de planejamento trainee na SMI (atualmente). Cursos: Inglês (Number One e Fisk); Excel Avançado (Microlins); Ms Project (IETEC); Operador de movimentação de carga (Prominp/Senai).

Contexto: Artigo apresentado como trabalho na pós graduação Engenharia de Planejamento ministrada pelo Prof. Ms. Ítalo Coutinho da turma 12 do IETEC.

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