Publicado em 09/04/2014
Resumo
Um dos aspectos mais importantes na realização e sucesso de um projeto diz respeito com a permanência dos profissionais comprometidas desde o início até a finalização das atividades, tanto no planejamento quanto na execução do mesmo. No entanto, nos deparamos com muita freqüência com situação oposta, a grande falta de permanência dos profissionais no processo, e, a este fenômeno dá-se o nome de “Turn-over”.
Para melhor entender
“Turn-over” – termo da língua inglesa utilizado para caracterizar o movimento de entradas e saídas, admissões e desligamentos, de profissionais empregados de uma empresa, em um determinado período, ou simplesmente, rotatividade de pessoal.
A alta rotatividade de profissionais que é preocupante. É um dos melhores temperos para uma Engenharia Ruim, por impactar diretamente na motivação da equipe técnica, na perda de produtividade e de lucratividade, comprometendo de todas as fases do projeto por gerar informações desencontradas e incompatíveis, culminando no insucesso total.
“Quando uma empresa atrai um talento para seu quadro de colaboradores, é um momento de comemoração. No entanto, quando chega a hora desse profissional sair da organização algumas sérias complicações podem surgir como, por exemplo, perda de conhecimento, de capital intelectual e de entendimento”, comenta Rugenia Maria Pomi, co-fundadora de Genesis Desenvolvimento e Potencialização Humana e Sextante Brasil e professora do MBA-RH da Fundação Getúlio Vargas – RJ e da USP, em entrevista à RH.com.br.
Quando alguém da equipe sai, as atividades sofrem mudanças que em maior ou menor grau afetam a organização. Assim como um motor que para de funcionar caso alguma engrenagem se deteriore, a empresa também sente essa saída.
Perdas de funcionários com qualidades e habilidades especiais ou que ocupam cargos-chave podem ter efeitos desastrosos por longo período, até o substituto estar totalmente ambientado.
De acordo com pesquisa realizada pela empresa Ralf Roberts a rotatividade de pessoal aumentou em 82% no Brasil, nos últimos três anos. No mundo todo, número foi de 38% conforme a tabela a seguir:
País |
Aumentou significativamente |
Aumentou moderamente |
Diminuiu moderadamente |
Diminuiu significativamente |
Manteve |
Todos os países |
7% |
31% |
13% |
6% |
43% |
Australia |
13% |
33% |
10% |
2% |
43% |
Bélgica |
2% |
28% |
16% |
7% |
48% |
Brasil |
13% |
69% |
9% |
4% |
5% |
Chile |
4% |
42% |
25% |
10% |
19% |
Emirados Árabes |
5% |
31% |
15% |
5% |
44% |
França |
9% |
18% |
11% |
10% |
54% |
Alemanha |
3% |
25% |
14% |
5% |
54% |
Hong Kong |
7% |
39% |
4% |
3% |
47% |
Itália |
1% |
23% |
21% |
18% |
37% |
Cingapura |
11% |
31% |
10% |
2% |
46% |
Suíça |
6% |
32% |
12% |
2% |
48% |
Holanda |
5% |
27% |
18% |
5% |
45% |
Reino Unido |
14% |
35% |
7% |
3% |
42% |
Tabela 1 – Turn Over Mundial
Fonte: Revista Exame Online – 23/10/2013
O “turn-over” gera custos ou investimentos financeiros, de tempo e de recursos, assim como perdas de difícil reparação, que vão além de custos diretos com admissões e desligamentos: posição em aberto-improdutividade; horas extras, que além da perda financeira; integração e orientação do novo profissional; treinamento e desenvolvimento da pessoa recém-contratada e muitos outros.
Fatores que levam ao alto “turn-over”:
- Não raramente acontecem casos de algum colaborador com grande conhecimento de suas funções não compartilhe seu conhecimento, retém informações para que assim a empresa fique presa, engessada a esse colaborador.
- Falta reconhecimento dos profissionais por parte dos gestores, numa determinada instituição não se paga o mesmo salário de um administrador a um engenheiro, pois o administrador cuida do dinheiro da empresa, enquanto o engenheiro cuida apenas da fábrica, ou seja, não se enxerga a importância de um profissional, o engenheiro responsável pelo produto final da empresa.
- Instabilidades econômicas;
- Desregulamentação ou melhoria de desempenho de determinados setores;
- Crescimento econômico e expansão internacional do mercado brasileiro;
- Mudanças tecnológicas e de modelos de gestão;
- Agilidade da concorrência e perda de mercado;
- Ambiente e imagem organizacional;
- Falta de diretrizes da empresa;
- Não expectativa ou falta de política e estratégias para crescimento, aprendizagem e carreira;
- Liderança;
- Rotina sem desafios;
Conclusão
A rotatividade faz parte da vida e do mundo dos negócios, no entanto, uma boa gestão empresarial do “turn-over” é crucial para o sucesso de qualquer projeto e empreendimento, pois, retém pessoal satisfeito, motivado, preservando o capital intelectual, o ambiente e a imagem da empresa, produzindo uma Engenharia Excelente.
Referências
- Site RH.com.br – Patrícia Bispo entrevistando Rugenia Maria Pomi
- Site http://www.significados.com.br/turnover/
- Site http://www.catho.com.br/carreira-sucesso/gestao-rh/turnover-como-evitar-saidas-que-prejudique-sua-empresa
- Site http://www.acif.org.br/assessorias/a-escassez-de-engenheiros
- Site http://oglobo.globo.com/blogs/wagner/posts/2012/07/19/engenharia-profissao-eternamente-em-alta-456193.asp
- Sitehttp://bis.sebrae.com.br/GestorRepositorio/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/B536BA9CA589F281032571D70066178A/$File/NT000321CE.pdf
- Site http://flaviofausto.blogspot.com.br/2011/06/consequencias-da-rotatividade-de.html
Sobre os Autores:
Autor: Thiago Baldi; Engenheiro de Produção pelo Centro Universitário UNA, Técnico em Informática pela POLIMIG. Analista de Planejamento e Controle na Anglo American, aluno da 8ª turma de Engenharia de Planejamento no IETEC. Experiência em planejamento e controle de linhas e equipes de produção, gestão de contratos, gestão de projetos de melhoria contínua e auditorias de qualidade em indústria automobilística, gestão de produção, planejamento e controle de projetos direcionados a sistemas integrados na indústria de minérios e eletrônicos. E-mail de contato: thiagobaldi@hotmail.com.
Autor: Marcelo de Oliveira Souza; Bacharel em Engenharia de Produção – Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO-BH, aluno da 8° turma de Engenharia de Planejamento no IETEC. Encarregado de Planejamento na Misel Engenharia Eireli, prestadora de serviços na REGAP, experiência em Medição de obras nas áreas de caldeiraria, fabricação e montagem de tubulação industrial. E-mail de contato: bh_marcelo@yahoo.com.br.
Autora: Ivone Cunha Afonso; Engenheira Civil pela Faculdade de Engenharia da Fumec, Coordenadora Técnica e Administrativa de Projetos/Contratos na CGP, aluna da 8ª turma de Engenharia de Planejamento no IETEC. Experiência em Supervisão, Coordenação e Controle de execução de obras prediais residenciais e comerciais, em Orçamentação e planejamento de obras. E-mail de contato: ivoneafonso@gmail.com.
Contexto: o presente trabalho é resultado de pesquisa realizada com alunos da 8a Turma de Engenharia de Planejamento do IETEC.
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