Publicado em 31/07/2017
Medir o desempenho é um desafio: muitas vezes os dados não estão disponíveis ou estruturados na forma ideal para consolidação. Há também os aspectos subjetivos a serem considerados. Neles, as medições são mais complexas por serem de caráter pessoal e, consequentemente, muito difícil de expor. Existem diversas variáveis objetivas ou subjetivas, mas simplificar a medição é a melhor solução.
O Analytic Hierarchy Process (AHP) é um método que ajuda as pessoas a escolher e a justificar a sua escolha. Esse método é bastante utilizado e foi desenvolvido, na década de 1970, pelo Professor Thomas Saaty. O professor se baseou em conceitos de matemática e psicologia. O fundamento do método de análise hierárquica é por decomposição e síntese das relações entre os critérios até que se chegue a uma priorização dos seus indicadores, aproximando-se de uma melhor resposta de medição única de desempenho.
Esse método fornece um procedimento compreensivo e racional para modelar um problema de decisão, representando e quantificando as variáveis envolvidas em uma hierarquia de critérios ponderados por preferências. O resultado é um modelo que permite analisar várias alternativas e as comparar rapidamente, por isso conhecido como um método de decisão, tornando-se muito útil para reduzir falhas nesse processo.
A hierarquia de critérios e pesos da AHP é definida pelos tomadores de decisão à medida que se constrói o modelo. Os critérios são comparados entre si dois a dois, o que introduz um componente subjetivo no modelo. Isto é, os critérios e pesos são resultados de julgamentos humanos, não simplesmente informações matemáticas. O AHP, portanto, não é um modelo de observação da realidade. É um modelo que converte as preferências (ou julgamentos humanos) em valores numéricos para construir um modelo de tomada de decisão. Os pesos representam a prioridade dada a cada elemento ou critério, que podem ser organizados em hierarquias. A hierarquia do AHP permite que elementos distintos, ou mesmo incomensuráveis, sejam comparados entre si de maneira racional e consistente.
Considerando que a percepção humana não é capaz de analisar simultaneamente todos os critérios e preferências, o AHP permite a construção de um modelo hierárquico de pesos e critérios para auxiliar na tomada de decisão. Além disso, em problemas complexos, por existir uma grande variedade de alternativas, não é humanamente possível analisar todas as soluções individualmente nem as comparar. Uma vez modeladas as preferências (critérios e pesos) o método AHP permite analisar muitas alternativas. Elementos fundamentais do método AHP:
- Atributos: as alternativas são comparadas em relação a um conjunto de critérios;
- Correlação binária: para cada critério, duas alternativas são comparadas binariamente, isto é, uma alternativa é preferível ou indiferente ao outro;
- Escala fundamental: a cada elemento se associa um valor de prioridade numa escala numérica;
- Hierarquia: conjunto de elementos ordenados por ordem de preferência em seus níveis hierárquicos.
AHP e o Gerenciamento de Projetos
A metodologia do AHP agrega muito valor ao planejamento de um projeto, ao tratar de prioridades, de parâmetros ótimos e de seleção de alternativas. O grupo de alternativas a serem escolhidas compõe a motivação da tomada de decisão em um processo que envolve os seguintes passos:
- Estruturar um problema com um modelo que mostre os elementos-chave do problema e suas relações;
- Expor julgamentos que refletem conhecimento, sentimentos e emoções;
- Representar os julgamentos com números significativos;
- Usar esses números para calcular as prioridades dos elementos da hierarquia;
- Sintetizar esses resultados para determinar um resultado geral;
- Analisar a sensibilidade a mudanças de julgamento.
O método AHP quebra um problema em subproblemas e depois agrega as soluções dos subproblemas em uma solução geral. Facilita a tomada de decisão ao organizar percepções, sentimentos, julgamentos e memórias em uma estrutura que exibe as forças influentes na decisão e que gera um resultado numérico e conclusivo. Ao considerar aspectos objetivos e subjetivos, numéricos e qualitativos, o método consegue compor um índice único formado pela combinação dos critérios principais do problema objetivo e das áreas de conhecimento de gerenciamento sugeridas pelo PMI.
Sobre o Colunista:
Hayala Curto, CEO da Seed e idealizador do software NetProject. Principal acionista da empresa, Hayala é mestrando em Informática pela PUC Minas, graduado em Ciência da Computação e tem MBA em Gerência de Projetos e Gestão Empresarial pela FGV. Tem mais de 15 anos de experiência coordenando projetos de TI. Especialista em plataforma WEB e Business Inteligence. Participou da criação e do desenvolvimento de diversos DataWarehouses e aplicações WEB corporativas para clientes como a Telemig Celular, Vale, Prefeitura de Betim, CEMIG, entre outros. É membro do PMI, Project Management Institute, atuante no capítulo de Minas Gerais, desde 2004. E-mail de contato: contato@seedintelligence.com / http://www.seedintelligence.com
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