O que é um gerente de projetos 2.0?

Segundo a última pesquisa Pulse of the Profession do PMI, as empresas perdem 122 milhões de dólares a cada 1 bilhão investido. Isso considerando projetos ao redor do globo. Para um grupo de mais de 2 mil profissionais respondentes, somente 62% dos projetos alcançaram seus objetivos, sendo 53% dentro do orçamento previsto inicialmente.

Quando analisamos os motivos que fizeram com que esses baixos resultados foram apurados, encontramos a maturidade. Segundo o consultor e Phd Darci Prado, em sua última pesquisa com 415 respondentes, o Brasil alcançou uma maturidade de geral de 2,64 pontos (numa escala que vai de 1 a 5). Explicando muito do que vemos com respeito ao alcance do escopo, prazos e custos nos projetos.

Ao compreender um pouco mais sobre os motivos de tão baixa performance, nos deparamos com os mesmos motivos que, independente da metodologia aplicada, são figurinhas carimbadas na maioria dos Reports emitidos dentro ou fora do Brasil. São eles:

• Escopo – Taxa de alcance do escopo previsto
• Prazo – Taxa de projetos que atingiram o prazo previsto
• Custos – Taxa de projetos dentro do orçamento previsto

Certamente você já se deparou com alguma matéria, aula ou mesmo palestra que fala sobre algum destes indicadores. Muito útil para justificar investimentos em desenvolvimento de equipes, ferramentas ou consultoria. Mas uma realidade é que estas bases ainda representam a maior parte dos problemas que as empresas possuem, representadas por três questões fundamentais relacionadas:

• O que iremos fazer ?
• Qual o prazo previsto ?
• Qual o custo previsto ?

Enquanto muitas empresas buscam um método, ferramenta ou abordagem 2.0, 3.0, X.0, presenciamos a derrocada das bases que deveriam ser igualmente cuidadas. Não é uma opção de um profissional X.0 deixar de se desenvolver ou mesmo buscar um conhecimento que seja mais amplo (lembre-se que temos 10 áreas de conhecimento no Guia PMBOK 6ed). Tive alguns bons almoços nestes últimos meses com profissionais de pessoas, engenharia, TI, governo, terceiro setor, e por aí vai. É recorrente a dificuldade de se estabelecer estas bases que citei, impactando o orçamento destinado para contratações, treinamentos e realização de projetos importantes.

Chamei este artigo de Post 2.0 somente para chamar a atenção, pois os problemas são antigos. Se queremos avançar no campo de projetos de vanguarda (que sou um fã declarado), não poderemos desviar o foco do que é fundamental para a organização. Basicamente não poderemos avançar com abordagens inovadoras quando ainda não somos capazes de responder às três questões básicas acima.

Resumindo: Em minha opinião, um profissional 2.0 é aquele que, em meio a tantas tendências e modas, reconhece o que é um fundamento em meio a tanta superficialidade presente no mercado hoje.

Sobre o autor:

Gustavo Teixeira é especialista em gerenciamento de projetos, certificado pelo PMI em 2010 como Project Management Professional (PMP), Scrum Master e ITIL. Foi nos últimos 15 anos responsável por projetos dos setores de tecnologia, infraestrutura, saúde, banking e gestão do conhecimento. Atualmente é diretor na PMBASIS consultoria, tendo atuado também em empresas como Ativas Datacenter, Algar Tecnologia, Unimed BH e MV Sistemas. Professor, mestrando em sistemas de informação e gestão do conhecimento com MBA em gerenciamento estratégico de negócios. Leciona em cursos MBA, in-company e nos preparatórios PMP e CAPM do PMI Minas Gerais, onde é coordenador desde 2010. É membro do PMI (Project Management Institute) e do PMI Minas Gerais, onde atua como Executivo Nomeado da Diretoria de Certificação e Desenvolvimento Profissional.

E-mail de contato: gustavo@pmbasis.com.br l Site:  www.pmbasis.com.br