Produtividade: O grande pulo do gato na gestão de projetos

Dizem que a expressão “O pulo do gato” surgiu ao observarem que o gato faz sete movimentos corporais e preventivos até chegar ao chão. Quando toca o solo, o faz  de forma tão suave como se tivesse um amortecedor de impactos nos pés. Portanto, ao utilizar a expressão “isso é o pulo do gato”, significa que é a ação ou costume onde o indivíduo ou corporação se diferencia ganhando destaque ao executar determinado trabalho ou tarefa. É o segredo para resolver um problema.

Ao meu ver, uma solução racional para enfrentar o aumento dos custos e prazos dos projetos é a elevação da produtividade nos escritórios. De forma simplista, produtividade é a razão entre o valor agregado e a unidade gasta para sua realização. Elevar a produtividade significa produzir em maior quantidade e com uma melhor qualidade com a mesma quantidade de recursos disponíveis.

Foi realizado um estudo em um escritório de projetos. O resultado da apropriação de mão-de-obra foi classificado em quatro grupos, onde o homem-hora efetivamente utilizado para a realização do serviço representa apenas 60% do total de homem-hora disponibilizado. Os outros 40% ficam divididos nos grupos paralisações, reparação e deslocamento interno.

Muitos são os fatores que podem ser trabalhados para obtenção do aumento da produtividade. Esses fatores podem ser técnicos, psicossociais e econômicos.

Fatores Técnicos

• Aperfeiçoamento tecnológico, com ênfase na automação e robótica;
• Utilização racional de máquinas, equipamentos, instrumentais e instalações;
• Redução da fadiga do trabalhador através da utilização de técnicas adequadas de organização e administração (5S, ergonomia, etc.).

Fatores Psicossociais

• Condições ambientais de trabalho;
• Relações de cooperação entre chefia e colegas;
• Reconhecimento do trabalho;
• Desenvolvimento interpessoal;
• Plano de carreira bem estruturado.

Fatores Econômicos

• Salário justo;
• Participação nos lucros da empresa;
• Prêmios e outros incentivos extras.

Da mesma forma, muitos são os fatores responsáveis pela baixa produtividade da equipe. Entre eles podemos citar:

— Aparelhos modernos e ações que roubam a atenção do funcionário durante o horário de trabalho, tais como redes sociais, escolhas de música para começarem as atividades, celulares e os eternos whatsapp;

— As parada para fumar um cigarro e tomar um cafezinho. Não é difícil o empregado perder até duas horas de trabalho com essas atividades;

— O abandono das salas reservadas. Pessoas trabalhando num mesmo ambiente sem baias pode ter suas vantagens, mas sem dúvida proporciona bate-papo frequente e em horários impróprios.

Enfim, podemos perceber que a produtividade é diretamente ligada ao fator humano. Talvez, por isso, seja tão difícil tratar do assunto, uma vez que temos que levar em consideração os conjuntos culturais, sociais, religiosos, ambientais e educacionais dos envolvidos. Esse é o grande pulo do gato.

Referências

MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Administração de Projetos. 2ª Edição, São Paulo: Editora Atlas. 2002.

HELDMAN, Kim. Gerência de Projetos – Guia para exame oficial do PMI. 3ª Edição. São Paulo: Editora Campus, 2006.

Sobre a Colunista:

Fernanda Guimarães Borges, mestre em Engenharia Mecânica e graduação em Engenharia Mecatrônica pela PUC_Minas, Pós-graduada em Gestão de Projetos pela X-25. Atuou como engenheira de projetos e PSO da regional Centro-Oeste, pela Votorantim Cimentos. Trabalha há seis anos na área de planejamento e controle de engenharia, em empresas como SNC-Lavalin e atualmente na Worley Parsons. Professora da instituição Faculdade Pitágoras para os cursos de Engenharia Civil, Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção e Professora do IETEC nos cursos de Planejamento de Engenharia e Engenharia de Custos e Orçamentos.

E-mail de contato: fer_borges@hotmail.com

Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.