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ENTREVISTA: A importância da Rede PERT-CPM – Elienay Fuly

Publicado em 03/06/2016

A Rede PERT-CPM busca demonstrar dentro do ambiente de projetos o cerne da estimativa dos prazos, levando em consideração as particularidades intrínsecas dos caminhos críticos, os riscos que o compõem e a variabilidade dos mesmos.

  • PERT – Program Evaluation and Review Technique;
  • CPM – Critical Path Method.

Uma nova série de entrevista do PMKB é com o Engenheiro Elienay Marçal Fialho Fuly que fala sobre a importância da Rede PERT-CPM.

Rede PERT-CPM

1) O que é e para que serve da rede de PERT-CPM na indústria, mais precisamente no setor automotivo?

A Rede PERT-CPM é uma abordagem gráfica das atividades de um projeto (rede de atividades), vinculadas por meio de um diagrama de seta e nós. Esta metodologia, ou ferramenta, é bastante utilizada para estimar o tempo de duração de atividades de projetos em sua essência e também para identificar os caminhos críticos (gargalos) de uma atividade ou etapa do projeto. Assim como o tempo é dinheiro, o prazo e o tempo nos diversos ambientes de projetos é algo determinante para o sucesso do projeto e da sobrevivência da organização.

Para o setor automotivo, pode ser utilizado em diversas aplicações. Dentre o universo de possibilidades, podem-se destacar: novo lançamento de um carro de uma linha de montagem; lançamento de uma nova linha automotiva para um novo acessório ou particular de um veículo; balanceamento de linhas de produção; mudanças de layout com prazos de start up definidos. Enfim, são diversos tipos de aplicações que podem ser elencadas com a rede PERT-CPM.

2) A utilização da rede de PERT-CPM minimiza a variabilidade do tempo de execução? Por quê?

Sim. A rede PERT-CPM permite entender todas as possibilidade de execução de um determinado projeto ou etapa do mesmo, facilitando o direcionamento dos recursos a serem empregados a partir da definição do caminho crítico (gargalo) que apresentar no processo de mapeamento do projeto com a Rede PERT-CPM. Além de definir qual o caminho crítico do projeto, a ferramenta PERT-CPM auxilia na estimativa de prazos que, por motivos diversos, ainda não sejam conhecidos a fundo pela equipe. Para isso, ela considera pressupostos de projetos similares, conhecimento técnico da equipe, informação especializada de pessoas chaves, internas ou externas ao projeto.

3) Qual é o risco da utilização da rede de PERT-CPM? Os métodos PERT/CPM são confiáveis?

Assim como tudo o que acontece em ambientes diversos do projeto tem risco, a rede PER-CPM também tem. Mas como toda a metodologia foi pensada, elaborada e consolidada a partir de um fluxo lógico de sequência de sua aplicação e implementação, os seus ricos são minimizados com a correta execução, seguindo passo-a-passo suas premissas. É prudente, ao utilizar a Rede PERT-CPM, se valer de dados que sejam confiáveis, de integrantes da equipe que tenham conhecimento para aprofundar em informações de prazos e técnicas que ainda não são dominadas pela equipe e de boa apuração dos dados obtidos.

4) O que pode ser feito para o caminho crítico (gargalo) ser um ponto positivo (trabalhar a favor) do planejamento de projetos?

Antes de adentrar nesta resposta, vale a pena fazer uma reflexão sobre um físico e autor de várias literaturas voltadas para a área de projetos, produção, logística e contabilidade/administração dos custos: Eliyahu Moshe Goldratt. Goldratt abordou o tema gargalo em um dos seus livros, “A Meta”, abordando o tema da Teoria das Restrições. A aplicação da Teoria das Restrições enfatiza que o gargalo, ou a restrição não pode parar. Em uma linha de montagem, a atividade que determina o ritmo de produção ou entrega desta atividade é o gargalo. Se o gargalo desacelerar ou parar, ele irá comprometer todo o resultado desta entrega, onde não será possível recuperar o que se perdeu, considerando os mesmos recursos empenhados conforme planejado. Vejamos um exemplo de aplicação prática no setor automotivo: Para uma nova linha de um componente de um automóvel, será necessária a integração de outras sub-montagens que são realizadas em setores distintos. Para tal, será necessária a junção destas sub-montagens realizando uma junção com a reorganização de layout desta linha de montagem. Durante o processo de planejamento, foi indicado pela engenharia de planejamento que a atividade “K” é crítica, a sua entrega da execução culminará em 1 dia de antecedência com o start up desta nova linha de montagem. Para esta atividade não há como postergar datas e prazos. As atividades que serão executas, em série ou em paralelo, deverão sempre ser planejadas e priorizadas para deixar a operação gargalo “K” livre e sem nenhuma interrupção. Retomando ao cerne da questão, para o gargalo ser um ponto positivo do planejamento de projetos a alternativa é o gargalo ser o centro das atenções, obviamente sem esquecer-se das demais. Quando as atividades ao redor da restrição trabalham em prol do gargalo, o gargalo tende ter uma execução sem interrupções e com satisfação em seu resultado. Quando se respeita as restrições ou as limitações que o gargalo oferece e a equipe do projeto entende este cenário, sua condução torna-se sistêmica e orientativa para não haver interrupções no gargalo e, consequentemente, a conclusão das metas estabelecidas.

Clique aqui, para apresentação da palestra do Elienay Fuly, realizada no dia 14/05/16, no curso de Pós-Graduação em Engenharia de Planejamento, no Ietec.

Rede PERT-CPM - Lear - Elienay Fuly

Ítalo Coutinho, coordenador do curso de pós-graduação e o palestrante Elienay Fuly.

Assiste a palestra:

elienay_fuly

Sobre o Colunista: Elienay Marçal Fialho Fuly é Graduado em Engenharia de Produção, Especialista em Engenharia de Produção Enxuta / Melhoria Contínua, MBA em Administração de Projetos e MBA Executivo em Gestão de Negócios. Atualmente atua como Engenheiro de Processos Sênior no desenvolvimento e implementação de soluções em melhoria contínua de processos no setor automobilístico. Atua também como consultor de soluções em Engenharia de Processos e Melhoria Contínua desde 2014. Palestrante em temas de Redução de Custo, Engenharia de Planejamento, Engenharia de Produção e Melhoria Contínua. Autor de artigos e colunista sobre Gestão de Projetos com foco em Produção, Logística, Melhoria Contínua e áreas correlatas. Está presente na indústria desde 2005, atuando nos setores da indústria automotiva, mineração, caldeiraria, usinagem e construção civil. Possui experiências nas áreas de Gestão e Engenharia de Processos, Controle de Qualidade, PCP, Auditoria ISO 9001, Administração de Contratos e Diligenciamento. Lecionou em escola técnica as disciplinas de Matemática Aplicada e Tecnologia dos Materiais.

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